Adiada inauguração da pintura "Salvator Mundi" no Louvre do Dubai
Em dezembro, pouco depois de ter sido comprado pelo valor recorde de 450 milhões de dólares (cerca de 380 milhões de euros), o então recém-inaugurado Museu Louvre Abu Dhabi anunciou que seria depositário da obra e que a colocaria em exposição, sem adiantar datas e mantendo em segredo a identidade do comprador.
No final do ano passado, o jornal The New York Times noticiou como provável dono de "Salvator Mundi" o príncipe saudita Badr bin Abdullah bin Mohammed bin Farhan Al-Saud.
Hoje, o Departamento de Cultura e Turismo de Abu Dhabi anunciou o adiamento da inauguração do quadro na rede social Twitter - previsto para 18 de setembro - indicando que "mais pormenores serão dados em breve".
Os responsáveis recusaram responder às perguntas da agência Associated Press, dizendo apenas: "Neste momento não temos mais informações".
O jornal The National, em Abu Dabi, escreveu hoje que o museu poderá estar a aguardar pela data do seu primeiro aniversário, a 11 de novembro.
Recentemente, o especialista na pintura de Leonardo da Vinci Matthew Landrus disse ao jornal britânico The Guardian que a maior parte das pinturas atribuídas a da Vinci foram realizadas pelo seu assistente, Bernardino Luini, cujas pinturas são habitualmente vendidas por preços muito mais baixos.
"Esta é uma pintura de Luini", asseverou Landrus ao jornal, acrescentando que depois de ter observado várias versões de pinturas de assistentes de Leonardo, é possível concluir que "Luini pintava exatamente como o trabalho visto em 'Salvator Mundi'".
A pintura, de 66 centímetros, que data aproximada de 1500, mostra Cristo com vestes de estilo renascentista, a mão direita levantada em bênção e a mão esquerda em baixo, a segurar uma esfera de cristal.
No início do século XVII, o quadro estava na posse do rei Carlos I de Inglaterra. Em 1763, foi leiloado pelo filho do duque de Buckingham.
Depois disso, o quadro desapareceu completamente até 1900, altura em que ressurgiu, tendo sido adquirido por um colecionador britânico. Na época, pensou tratar-se de uma obra de um discípulo de Leonardo, e não do próprio mestre.
A pintura seria vendida novamente em 1958 e, depois em 2005, já seriamente danificada e parcialmente pintada, foi adquirida por um consórcio de comerciantes de arte, que pagou menos de dez mil dólares.
Estes comerciantes restauraram amplamente a pintura e documentaram a sua autenticidade como obra de Leonardo da Vinci.