Adelino Gomes indigitado para provedor do ouvinte

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Votação vai decorrer em meados de Junho

Adelino Gomes foi o nome escolhido pelo Conselho de Administração da RTP para suceder a José Nuno Martins no cargo do provedor do ouvinte, confirmou o próprio ao DN. A aprovação do jornalista, actualmente grande repórter do jornal Público, está agora dependente da votação do Conselho de Opinião da estação pública, que tem poder de veto.

Segundo apurou o DN, esta votação vai decorrer em meados de Junho e toma em consideração três condições essenciais para poder ser nomeado para o cargo, identificadas na lei: idoneidade, reconhecida competência e trabalhar no sector dos meios de comunicação nos últimos cinco anos, requisitos que não deverão ser um obstáculo à nomeação de Adelino Gomes.

O jornalista, que actualmente frequenta o doutoramento em Sociologia no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), tem uma carreira de 41 anos no jornalismo, tendo começado a trabalhar ainda no Estado Novo.

Recorde-se que este é o segundo nome apontado pela equipa liderada por Guilherme Costa para o cargo. Em Março deste ano, a administração da RTP indigitou Francisco José Oliveira para o cargo de provedor do ouvinte (Paquete de Oliveira, provedor do telespectador, viu o seu mandato ser renovado, ficando mais dois anos no cargo). Francisco José Oliveira foi chumbado pelo Conselho de Opinião em Abril, depois de o órgão ter ouvido o profissional e ter analisado o seu currículo, por não ter nem uma ligação à rádio pública nem formação académica relacionada com o sector, o que não acontece no caso de Adelino Gomes.

A decisão deveu-se a "uma falta de condições" para cumprimento da função, nomeadamente "em termos de notoriedade, formação académica, relação com a rádio pública ou conhecimento do papel do provedor", explicou na altura à Lusa um membro do Conselho, salientando "não estar em causa o mérito da pessoa".

Francisco José Oliveira foi fundador e director da Rádio Nova, da Sonae, onde estabeleceu uma relação com o actual vice-presidente da Administração da RTP, José Marquitos, na altura administrador do grupo.

Processo em tribunal

Apesar de a Administração da RTP já ter encontrado um novo nome para o cargo, o veto do Conselho de Opinião e a as declarações de membros do Conselho de Opinião na imprensa sobre este assunto deram ainda origem a um processo em tribunal por parte de Francisco José Oliveira.

Em causa estão afirmações de membros do órgão, que justificaram o veto pela incompetência e ignorância acerca do cargo de provedor e do serviço público de radiodifusão, noticiou esta semana o jornal Expresso. Declarações estas que Francisco José Oliveira e o advogado a quem entregou o caso, José Maria Leitão, consideram injuriosas e atentatórias do sua imagem e bom-nome profissional, pelo que vão avançar com uma acção cível. Contactado pelo DN, o presidente do Conselho de Opinião, Manuel Coelho da Silva, não quis fazer quaisquer comentários sobre este assunto.

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