Actores portugueses inauguram um novo teatro em França

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Tanto Amor Desperdiçado, de Sha- kespeare, peça em cena entre Setembro e Outubro no Teatro D. Maria II, é um projecto bilingue com encenação de Emmanuel Demarcy-Mota, que foi inaugurar o novo espaço do teatro francês que Mota dirige, La Comédie de Reims. Os portugueses abriram também o festival Scènes d' Europe, tendo estado a peça em cena entre 8 e 13 de Novembro. Com todas as apresentações esgotadas há mais de um mês, numa sala com 300 lugares, a peça com quatro actores franceses e 12 portugueses, foi recebida em apoteose pelo público, com calorosas e duradouras salvas de palmas.

A ideia do Teatro na Europa foi a que presidiu a este trabalho de Demarcy-Mota, que já tinha tido outros projectos com húngaros e polacos. Esta foi a vez de Porugal, porque "sentiu a necessidade de trazer para o palco francês a língua, a musicalidade e a oralidade portuguesa, que os franceses desconhecem". O encenador luso-francês - que vai dirigir a partir de 2008, o Théâtre de La Ville, um dos mais emblemáticos de Paris - não viu uma recepção semelhante em Lisboa. Acha que o meio teatral português "pouco se interessou". Mas, com os especialistas e o público, continua a defender ideias debatidas em vários colóquios deste ciclo: um teatro para a Europa.

"Quis fazer um manifesto com este espectáculo sobre a questão da Europa, das línguas. Há um discurso de que a dança circula e que o teatro não, porque a língua é um obstáculo. Como vimos com esta peça, não foi uma barreira. O que constrói a Europa é o Teatro. Sempre o foi. Temos um património comum a todos os países que é Shakespeare, Tchecov, Brecht", defende.

Para Demarcy-Mota, é preciso contrariar uma quebra na internacionalização e o risco de proteccionismo dos países. Um proteccionismo "fútil e inútil". |

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