Acordo sobre nuclear prevê fim de sanções contra o Irão

Presidente dos EUA, Barack Obama, considera "acordo histórico" a declaração conjunta de Lausana. Governo de Israel critica e diz que está desfasada da realidade. 30 de junho é o prazo limite para um acordo final entre as potências mundiais do grupo 5+1 e o regime de Teerão
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"Um acordo histórico." Foi assim que o presidente norte-americano ontem classificou o acordo entre o Irão e seis potências mundiais, entre as quais os Estados Unidos, sobre o programa nuclear iraniano - o qual Teerão continua a dizer que tem fins unicamente pacíficos. "Se for completamente implementado, este acordo impedirá o Irão de chegar à arma nuclear", afirmou Barack Obama sobre o entendimento anunciado, ao fim da tarde, na cidade suíça de Lausana, após oito dias de negociações intensas e vários anos e meses de discussões.

A declaração conjunta conseguida dois dias depois do prazo limite fixado para um acordo foi lida aos jornalistas pela chefe da diplomacia da União Europeia e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão. Em inglês e farsi. "A capacidade de enriquecimento de urânio será reduzida", afirmou em Lausana Federica Mogherini, assinalando que esta declaração lança as bases para um acordo final sobre o nuclear iraniano. Este deve ficar concluído até 30 de junho e estabelecerá todos os detalhes técnicos, após o entendimento político. "Antes estávamos numa situação em que ninguém confiava em ninguém e agora todos ganham. A partir de agora podemos avançar e resolver os problemas", declarou por seu lado Mohamad Yavad Zarif.

O acordo ontem anunciado prevê, entre outras coisas, que o programa de enriquecimento de urânio iraniano seja limitado e supervisionado durante 25 anos pela Agência Internacional de Energia Atómica das Nações Unidas, que 95% do urânio até agora enriquecido pelo regime de Teerão seja diluído ou enviado para o exterior, que o Irão não construa nenhuma nova infraestrutura destinada ao enriquecimento de urânio em 15 anos, reduzindo de 19 mil para 6104 o número de centrifugadoras. E, durante os primeiros dez anos do acordo, dois terços da capacidade de enriquecimento de urânio devem estar sob supervisão internacional permanente. A declaração conjunta prevê que a única central de enriquecimento de urânio do Irão seja a de Natanz, enquanto a instalação de Fordow deve ser convertida num centro de investigação científica civil.

O acordo político obtido refere que, em troca, serão levantadas as sanções da ONU, da UE e dos EUA contra a República Islâmica e que o Conselho de Segurança da ONU adotará uma nova resolução que acabará com as sanções nucleares e com outras medidas punitivas durante tempo indeterminado.

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