Portugal contagiante numa cerimónia mais emotiva que tecnológica (com vídeo)
Foi uma cerimónia de abertura mais emotiva que tecnológica e com muitas referências a quem está na linha da frente no combate à pandemia que adiou os XXXII Jogos Olímpicos por 364 dias. Sendo o Japão um dos países mais evoluídos ao nível da tecnologia era esperado um espetáculo hi-tech ao mais alto nível, mas o que se viu foi em evento mais virado para a luta contra a covid-19.
Um médico e uma enfermeira ajudaram a transportar a Tocha Olímpica, que chegou às mãos da tenista Naomi Osaka para acender a pira e abrir oficialmente os Jogos. O único momento mais tecnológico (e espetacular) foi a dança dos 1824 drones que formaram o globo terrestre... E nem a manifestação de centenas de japoneses no exterior no recinto, contra a realização dos JO, estragou o momento.
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Um dos pontos altos da cerimónia foi o desfile dos atletas. Quase todos entraram absortos no silêncio das bancadas - Argentina, França e Portugal foram exceções. Os dois porta-estandarte portugueses, Telma Monteiro e Nelson Évora, entraram no Estádio Olímpico a dançar e a abanar a bandeira, soltando a alegria dos cerca de 20 atletas lusos no desfile.
Sob o lema "juntos somos mais fortes" foi feito o novo juramento Olímpico, que pretende ser mais inclusivo e defensor da igualdade de género. Uma luta que a cantora Misia assumiu ao vestir as cores do arco-íris (símbolo da luta LGBTI+) para cantar o hino do Japão, país que acolhe os JO pela segunda vez, depois de 1968.
A minimalista cerimónia foi antecedida de uma fugaz aparição, em vídeo, de António Guterres, secretário-geral da ONU, numa mensagem de esperança e união ao planeta.
A entrada de Portugal no desfile dos atletas durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos causou impacto a nível mundial e tornou-se viral nas redes sociais. Comandados pelos dois porta-estandartes, Telma Monteiro (bronze no Rio 2016) e Nelson Évora (ouro em Beijing 2008) a comitiva de 17 portugueses entrou aos pulos. "Nós amamos Portugal e é um sentimento fantástico estar aqui, nestes Jogos Olímpicos. Estou verdadeiramente orgulhosa", afirmou de forma eufórica a judoca que entra em ação no sábado.
Já Nelson fez um live no Instagram durante enquanto esperava pelo fim do desfile e entrou em delírio quando os seguidores o informaram que a realização passou a entusiasta entrada e até a destacou no Twitter, atribuindo a Telma o mérito da coreografia alegre embora meio descordenada. O atleta do triplo salto pediu ainda aos portugueses para continuarem a apoiar, assim como a judoca Rochele Nunes.
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Desfilaram os velocistas Carlos Nascimento, Cátia Azevedo, Lorene Bazolo e Ricardo dos Santos e os saltadores Nelson Évora, Patrícia Mamona e Tiago Pereira juntaram-se a Telma Monteiro outros cinco judocas (Anri Egutidze, Bárbara Timo, Joana Ramos, Patrícia Sampaio e Rochele Nunes), os irmãos Pedro Costa e Diogo Costa da vela e as surfistas Teresa Bonvalot e Yolanda Sequeira. Francisco Belo não foi, mas não se conteve e partilhou o vídeo da entrada portuguesa.
Portugal foi a 169.ª delegação das 207 a desfilar no Estádio Nacional de Tóquio. Portugal vai estar representado por 91 atletas - após o anúncio da desistência do surfista Frederico Morais, por estar infetado com o novo coronavírus -, em 17 modalidades, em Tóquio 2020 até 8 de agosto.
Como habitualmente, nenhum dos atletas em prova na madrugada de sábado marcou presença no desfile, casos dos ciclistas João Almeida e Nelson Oliveira, dos tenistas Pedro Sousa e João Sousa, da judoca Catarina Costa, dos remadores Pedro Fraga e Afonso Costa, do lutador de taekwondo Rui Bragança, dos jogadores de ténis de mesa Shao Jieni e Tiago Apolónia, da seleção nacional de ensino em equestre, do nadador José Paulo Lopes e da seleção de andebol.