Os CEOs mundiais revelaram num estudo promovido pela KPMG que a aplicação dos princípios ESG (Environment, Social e Governance, em português ambientais, sociais e de governo) reduz a performance financeira das organizações, mas são fulcrais para a reputação e sucesso das empresas..Segundo o CEO Outlook 2021 da KPMG, os gestores portugueses e mundiais reconhecem, cada vez mais, a importância da aplicação de medidas e do reporte dos princípios ESG, mas mais de 50% dos CEOs nacionais e 1/4 dos CEOs globais confessam que o ESG reduz a performance financeira das suas organizações..O estudo da KPMG, baseado em entrevistas a mais de 1300 CEOs de empresas a nível mundial sobre seus planos de negócio para os três anos, constata que 70% dos CEOs portugueses acham que o seu salário não deve ser influenciado pelo cumprimento dos objetivos nem pelo desempenho/reporte dos temas ESG..No entanto, a totalidade dos representantes nacionais neste estudo, afirma que o valor da sua remuneração variável está dependente desses resultados. Adicionalmente, 60% dos CEOs portugueses declaram que o impacto da estratégia de ESG nas suas empresas reduz a performance financeira, algo que apenas 23% dos CEOs a nível global apontam, com 40% destes a indicarem que as estratégias de ESG das suas empresas têm um impacto neutro..Mais de metade dos líderes globais de negócio (58%), porém, afirmam que reconhecem existir e sentem uma crescente pressão por parte dos acionistas, reguladores e clientes, para um maior reporte nos temas ESG. Três quartos (77%) dos inquiridos a nível mundial acreditam que o estímulo governamental será necessário, se o objetivo for o de que a larga maioria das empresas atinjam o net zero..Relativamente aos níveis de confiança, os CEOs das maiores empresas mundiais estão cada vez mais otimistas acerca das perspetivas dos seus negócios e, apesar da variante Delta ter atrasado o "retorno ao normal", a confiança dos executivos na economia global retomou a níveis pré-pandemia: 65% dos líderes nacionais e 60% dos mundiais estão confiantes no crescimento da economia global para os próximos anos..As perspetivas de crescimento da economia estão a incentivar os CEOs a investirem na expansão e na transformação dos seus negócios, sendo que 69% dos líderes internacionais e 55% dos portugueses identificam métodos de crescimento inorgânico - fusões e aquisições, joint ventures, alianças estratégicas - como principais estratégias de crescimento para as suas organizações..A larga maioria dos CEOs (87%) mundiais afirmam que querem fazer aquisições nos próximos três anos, como forma de contribuir para a transformação do seu negócio. Já em Portugal, 30% dos CEOs planeiam investir entre 6% a 10% das suas receitas em medidas e programas de sustentabilidade, nos próximos três anos.."Se há uma lição a tirar dos últimos 18 meses é a de que os CEOs estão, cada vez mais, a incluir os temas do paradigma ESG no centro dos planos de recuperação pós pandemia e nas suas estratégias de crescimento a longo prazo", sublinha Vitor Ribeirinho, vice-presidente da KPMG Portugal