Acelerador de partículas para investigação e paz é inaugurado no Médio Oriente

O primeiro acelerador de partículas internacional do Médio Oriente, projeto do qual Portugal é país observador, é inaugurado oficialmente na terça-feira, dedicado a estudar o invisível e promover a paz e a colaboração científica.
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O sincrotrão SESAME - que usa raios X acelerados para observar com uma precisão incomparável células, átomos ou vírus, começou a emitir os primeiros feixes de eletrões em janeiro deste ano, uma tecnologia que tem sido usada nos campos da arqueologia, biologia, química, ambiente, geologia e medicina.

No centro da estrutura, construída em Allan, encontra-se uma circunferência com 133 metros de comprimento composta por ímanes, onde os eletrões são armazenados depois de acelerados.

Emitem uma luz sincrotrónica, uma radiação com comprimentos de onda e intensidades que permitem estudar objetos de várias dimensões.

A partir do anel magnético, essa radiação é captada e dirigida para condutas que permitem usá-la em várias técnicas diferentes.

O primeiro feixe de eletrões a fazer uma volta pelo anel do SESAME foi conseguido a 11 de janeiro deste ano, faltando acelerar para várias voltas e conseguir armazenar o feixe.

Portugal é um de nove países europeus observadores do projeto, que numa zona sensível visa promover a cooperação entre países com diferentes posturas políticas ou religiosas.

A participação de Portugal manifesta-se, por exemplo, em receber nas universidades portuguesas alunos de doutoramentos selecionados pelo projeto em países do Médio Oriente.

Brasil, Espanha, Rússia e Estados Unidos são outros observadores.

À semelhança do CERN, que se localiza na Suíça, o acelerador de partículas SESAME assenta na colaboração e financiamento internacionais e a investigação é também feita de forma colaborativa, com representantes de universidades e outras instituições a poderem usar o dispositivo para experiências cujos resultados analisam quando regressam aos seus países de origem.

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