"Abomino o sorriso hipócrita dos políticos carreiristas"

O famoso questionário respondido pelo ortopedista João Espregueira Mendes.
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A sua virtude preferida?
Sou muito sensível ao compromisso firme de quem faz o melhor pelos seus numa versificação do amor na sua natureza mais pura.

A qualidade que mais aprecia num homem?
A procura incessante de algo magnificente numa criatura moral e honrada.

A qualidade que mais aprecia numa mulher?
Integridade e verdade. Sempre achei admirável quando uma mulher se basta a si própria sorrindo contra todas as adversidades.

O que aprecia mais nos seus amigos?
Jamais faltar à chamada.

O seu principal defeito?
Sou elitista no sentido em que admiro a arte, a beleza, a qualidade, o requinte e o sublime - gosto de ser impressionado e surpreendido pela cultura e pelo conhecimento. No fim do dia revoltam-me o tempo escasso, a vida finita, a falta de luz e as minhas limitadas capacidades.

A sua ocupação preferida?
Ser reconhecido como o médico de alguém.

Qual é a sua ideia de "felicidade perfeita"?
A eliminação da dor, do sofrimento e da injustiça conseguindo a paz que se vive no amor. A "felicidade perfeita" vive um passo à frente do meu tempo.

Um desgosto?
Acordo sobressaltado pelo risco do sofrimento ou da perda do amor irrepetível dos meus. Transpiro de pensar que não os protejo para sempre.

O que é que gostaria de ser?
Preocupa-me um enunciado que justifique a minha presença no mundo.

Em que país gostaria de viver?
Só mudaria de país se a cidade do Porto emigrasse.

A cor preferida?
O meu coração é azul e branco.

A flor de que gosta?
Das flores campestres que brotam espontaneamente em Lavradas.

O autor preferido em prosa?
Amizade e gratidão ao Hélder Pacheco na prosa pela nossa cidade.

Poetas preferidos?
A complexidade do Herberto Hélder e a leveza de Sofia.

O seu herói da ficção?
O herói da minha iniciação literária e cultural foi o Tintin.

Os heróis da vida real?
O humanismo de Joaquim Pinto Machado, a nobreza da minha Avó e os valores do meu Pai.

Os pintores preferidos?
A injustiça histórica sobre Amadeu de Sousa Cardoso, os véus de Lucas Cranach e a boémia quotidiana de Pieter Brueghel.

O que detesta acima de tudo?
Preocupa-me a insensibilidade social e o sofrimento. Não aceito a falta de acesso à saúde, ao ensino e a condições dignas de vida. Abomino o sorriso hipócrita dos políticos carreiristas. Desgosta-me a mediocridade da vigarice e da corrupção. Horroriza-me a violência e a miséria da guerra. Sofro com a violação dos direitos humanos, a ditadura e a repressão.

O feito militar que mais admira?
A tomada de Ceuta, em 1415, na medida em que foi precursora dos séculos mais notáveis da nossa história.

O dom da natureza que gostaria de ter?
A renovação em si própria.

Como gostaria de morrer?
Velho.

Estado de espírito atual?
Sobrevivo com alegria.

Os erros que lhe inspiram maior indulgência?
É mais desculpável a ignorância do que a falha de carácter, porque para reparar a segunda é necessário mudar o homem e, para redimir a primeira, basta ensiná-lo.

A sua divisa?
Fazer bem. Fazer o bem. E, sobretudo, fazer por bem. "Todo o ser humano é culpado do bem que não fez" - Voltaire.

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