Abelhas estão a morrer na zona de Portalegre
"O Inverno foi bastante rigoroso e, normalmente, neste período, até morrem algumas abelhas, mas há apicultores que se queixam que este ano foi muito acima da média", declarou João Neto, técnico da Associação de Apicultores do Nordeste do Alentejo (APILEGRE).
O técnico da APILEGRE, associação que reúne cerca de cem filiados, afirmou que as abelhas estão a morrer em condições consideradas "anormais".
"O Inverno rigoroso, o maneio, a doença da varroose (provocada por um ácaro denominado de varroa) e o uso de pesticidas nos terrenos e de produtos transgénicos nalgumas zonas poderão estar na origem da mortandade", explicou.
De acordo com o mesmo técnico, a maioria dos apicultores do distrito está a ser afectada pela mortalidade das abelhas, mas os produtores das zonas de Portalegre e de Monforte são "os mais afectados".
Especialistas em apicultura já tinham afirmado que Portugal está a sofrer um fenómeno de fuga e morte das abelhas, mas a autoridade sanitária animal declarou que não existem estudos que o comprovem.
De acordo com a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal e com a Direcção-Geral de Veterinária, em 2004 estavam registados 22 mil apicultores no país, um número que caiu para os 15. 267 em 2007, o que se traduz numa variação negativa de 30,6 por cento.
Em 2004, estavam também registadas 580 mil colmeias, sendo que em 2007 havia apenas 555.049, um decréscimo de 4,3 por cento.
Geograficamente, a Beira Litoral é a região com maior número de apicultores (25,6 por cento do total), mas é também a zona onde os apicultores têm menor dimensão: em média, existem 17,8 colmeias por apicultor.
O Algarve e o Alentejo são as zonas continentais com menos apicultores, mas em que estes têm maior dimensão: em média, existem 95,5 e 62,4 colmeias por apicultor, respectivamente.
Os Açores são a região do país com menos apicultores e menos colmeias e a Madeira é aquela em que os apicultores têm menor dimensão (cerca de 11 colmeias por apicultor).