Abel Ferreira tenta prolongar reinado português na Libertadores
Abel Ferreira tem este sábado à noite (20.00 horas, SportTV) a oportunidade de ouro de aumentar ainda mais a sua importância na história do Palmeiras e do futebol sul-americano. Para isso tem de conduzir o Palmeiras ao segundo título consecutivo de campeão da Libertadores, na final com o Flamengo, marcada para o Estádio Centenário, em Montevideu, no Uruguai. Será uma espécie de tira-teimas entre os dois últimos campeões.
Na prática, Abel tem a possibilidade de prolongar pelo terceiro ano seguido o reinado de treinadores portugueses que conquistaram a prova mais importante do clubes da América do Sul. Em 2019, o Flamengo de Jorge Jesus levantou o troféu e no ano passado foi a vez de o próprio Abel Ferreira ter alcançado o feito quase três meses depois de ter assumido o comando técnico do Palmeiras.
Agora, ao 105.º jogo no comando da equipa de São Paulo, o técnico nascido há 42 anos em Penafiel, pode alcançar o terceiro título de campeão continental da história do Verdão, sendo que o primeiro foi em 1999 com Luiz Felipe Scolari como treinador. Aliás, em caso de vitória, o feito será algo extraordinário, pois desde 2001 que um treinador não ergue o troféu em anos consecutivos, sendo que na altura foi o argentino Carlos Bianchi pelo Boca Juniors.
Se for bicampeão de Libertadores, Abel Ferreira juntar-se-á a Manuel José e José Mourinho como os únicos treinadores portugueses que venceram provas continentais por mais de uma vez, sendo que o primeiro foi quatro vezes vencedor da Liga dos Campeões de África pelos egípcios do Al-Ahly (2001, 2005, 2006 e 2008), enquanto Mourinho conquistou a Champions em duas ocasiões pelo FC Porto em 2004 e pelo Inter Milão em 2010.
A final deste ano tem ainda a particularidade de ir coroar um dos finalistas pela terceira vez na história, pois o Flamengo também tem no seu museu duas Taças Libertadores, uma conquistada a 23 de novembro de 2019 com Jorge Jesus, precisamente 38 anos depois da primeira conquista. Ou seja, o campeão irá juntar-se a um lote de cinco emblemas com três títulos - Nacional Montevideu, São Paulo, Santos, Grémio e Olímpia Assunción - e ficará apenas atrás de Independiente (sete vezes campeão), Boca Juniors (6), Peñarol (5), Estudiantes (4) e River Plate (4).
Os clubes brasileiros têm dominado a competição nos últimos três anos, sendo que este ano a final é entre dois clubes canarinhos, algo que não acontecia desde 2006, quando o Internacional de Porto Alegre levou a melhor sobre o São Paulo, numa final a duas mãos.
Ainda assim, os clubes argentinos têm mais títulos da Libertadores, contabilizando 25, sendo que o Brasil vai aproximar-se pois passará a ter 22 troféus, muito à frente dos emblemas uruguaios que juntos totalizam oito conquistas.
O Palmeiras de Abel Ferreira apresenta uma equipa muito semelhante àquela que há um ano levantou o troféu, após vencer o Santos, por 1-0, no Maracanã. Há apenas dois jogadores que podem erguer o troféu pela primeira vez, o médio Danilo Barbosa (ex-Sp. Braga e Benfica) e o avançado Deyverson (ex-Benfica e Belenenses). De resto as principais estrelas do clube paulista continuam a ser o guarda-redes Weverton, os defesas Marcos Rocha e Gustavo Gómez, os médios Gabriel Menino e Gustavo Scarpa e os avançados Rony e Dudu.
Há bem mais mudanças no Flamengo, tendo em conta o plantel de Jorge Jesus que venceu (2-1) o River Plate na final de 2020, em Lima. Desde logo, a equipa já não conta com Rafinha, Pablo Mari e Gerson que foram importantes nessa conquista, mas mantém estrelas como Willian Arão, Everton Ribeiro, De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabriel Barbosa, o melhor marcador com da prova 10 golos.
Além disso, a equipa agora treinada Renato Gaúcho (o segundo treinador da época) conta com jogadores que podem conquistar o troféu pela primeira vez como Maurício Isla, Andreas Pereira, Bruno Viana (ex. Sp. Braga), Michael, Pedro e David Luiz, que será o único jogador da final de Montevideu que poderá juntar este troféu ao da Liga dos Campeões, que conquistou em 2012 ao serviço do Chelsea.