Abdicou da arquitetura por amor ao ténis e está a brilhar no Estoril Open
João Domingues nasceu em Oliveira de Azeméis há 25 anos e é o tenista número quatro nacional, depois de João Sousa, Pedro Sousa e Gastão Elias. Ocupa, neste momento, a posição mais alta da sua carreira no ranking ATP, a 214º lugar. E esta semana tem estado em destaque por ter chegado à terceira ronda do Estoril Open, por mérito próprio e com alguma sorte à mistura.
Depois de passar por dois encontros no qualifying e ter surpreendido na estreia, frente ao australiano Alex de Minaur, número 27 do ranking ATP, o tenista português beneficiou da desistência de John Millman para marcar encontro com a principal estrela do torneio, o grego Tsitsipas (n.º 10 do ranking mundial), na sexta-feira, às 13.00.
E terá uma ajuda de peso para tentar agora derrotar o prodígio grego, a principal estrela do torneio. Trata-se de Larri Passos, ex-treinador do número um mundial Gustavo Kuerten (Guga), que acompanha Domingues há meses. Passos esteve doente e só agora chegou a Lisboa para auxiliar os outros dois técnicos do tenista, João Antunes e André Podalka.
Pela terceira vez no quadro principal do open português, o atleta já fez "história", ao chegar à terceira ronda. É o único português em prova, depois da eliminação do campeão João Sousa.
O ténis é um "bichinho" de família. O tio-avô jogava, o pai jogava, os primos jogavam e ele não fugiu à tradição, apesar de gostar muito de futebol (fá assumido do FC Porto) e de ainda ter praticado. Abdicou do curso de arquitetura por amor ao ténis e porque, "graças a Deus", os pais têm a capacidade de o suportar e ajudar.
Tem jogado em torneios Futures, alguns challenger e alguns ATP"s 250.
No ano passado perdeu na primeira ronda do Estoril Open com Franko Skugor (103 ATP). Agora, está na terceira ronda e vai jogar com Tsitsipas (10.º do ranking). No torneio do ano passado, estava em 466.º no mundo, agora é 214.º e na segunda-feira, quando for revelado o novo ranking, irá subir cerca de 30 lugares, entrando no top 200.
A inspiração vem de Roger Federer. "O homem é um monstro", chamou-lhe numa entrevista ao Expresso.