A volta a França em sessenta filmes

A partir de hoje e até dia 29 de novembro, a 16.ª edição da Festa do Cinema Francês percorre dezoito cidades portuguesas, com 60 filmes programados. A rota começa em Lisboa
Publicado a
Atualizado a

A Hora do Lobo é o cartão de entrada de Jean-Jacques Annaud na China, depois de esta lhe ter sido interditada em consequência de outra aventura: Sete Anos no Tibete. E é também o filme que assinala hoje a abertura da Festa do Cinema Francês, sendo o realizador padrinho desta 16.ª edição. O ciclo que lhe é dedicado cria uma oportunidade de reencontro com outro momento singular na sua filmografia, O Urso (que lhe valeu o César de Melhor Realizador em 1989), e com as adaptações literárias de O Nome da Rosa e O Amante, polémico relato autobiográfico da adolescência de Marguerite Duras, no contexto colonial da Indochina.

A Festa do Cinema Francês está assim a chegar ao primeiro dos dezoito palcos nacionais. Lisboa é, como sempre, a cidade que inicia o roteiro da diversificada mostra da cinematografia francófona, onde se encontram as linhas de uma forte componente cultural e formação de públicos, entre autores do passado e do presente. Não será por acaso. A França tem-se destacado, a nível europeu - e desde há muito tempo - como um dos maiores produtores de cinema, estimulando a contínua energia e criatividade no sector.

A par do ciclo dedicado a Annaud, que decorre no Cinema São Jorge, Jacques Doillon, a quem pouco falta para ser o "homem dos sete ofícios" - montador, realizador, ator, produtor e argumentista -, também ruma a Lisboa para acompanhar uma retrospetiva de oito filmes da sua obra, com lugar na Cinemateca a partir de sábado. A primeira sessão traz Messéances de lutte, mas é na projeção de Ponette que o realizador marca encontro para uma conversa mais demorada sobre esta comovente história de uma menina de 4 anos que perde a mãe num acidente e procura, por qualquer magia, sustentar a ideia do seu regresso.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt