A verdade da mentira
Não se sabe de onde lhe veio o nome, nem o ano exacto da fundação, mas as datas mais consensuais oscilam entre 1059 e 1062. Marraquexe foi criada por Abu Bakr ibn Umar, de nome completo Abu Bakr ibn Umar ibn Ibrahim ibn Turgut, chefe da tribo berbere dos Lamtuna, hoje fixados na Mauritânia, mas no período Almorávida migrados para mais a norte, no actual Marrocos.
Além da fundação de Marraquexe, a Abu Bakr ibn Umar - que morreu em 1087, no Senegal, morto por uma flecha envenenada - é creditada a destruição dos heréticos Barghawata, outrora poderosos membros da confederação Masmuda, cuja aristocracia vivia em Aghmat, na cordilheira do Grande Atlas, e a conquista de Cumbi-Salé, capital do Império do Gana, ou Wagadou, que floresceu graças à rota trans-saariana do ouro e cujas ruínas só seriam descobertas em 1914 por arqueólogos franceses.
Isto basta para termos uma pálida ideia do pouco ou nada que sabemos sobre o riquíssimo passado desses reinos, desses impérios antigos, com os quais temos afinidades imensas, geográficas e culturais, muitas mais do julgamos. "Quanto mais conhecemos Marrocos, menos o compreendemos", disse um dia o rei Hassan II a um correspondente britânico. E, na verdade, aquilo que ali nos fascina como exótico ou diferente é, em larga medida, fruto de ignorância mútua, a nossa e a deles.
No epicentro de Marraquexe, a Praça Jemma el-Fnaa, cujo nome, uma vez mais, anda envolto em impenetráveis mistérios. Para uns, pode significar à letra "a praça frente à mesquita" (jamaa quer dizer "congregação" ou "mesquita", em árabe; e fna ou fanâ pode traduzir-se por "praça" ou "espaço fronteiro a um edifício"). Para outros, o nome da praça tem um sentido mais sinistro, traduzível por "assembleia dos mortos", uma alusão às execuções públicas que aí foram perpetradas por volta do ano 1050 e que lá deixaram marca hedionda e funda, ainda hoje presente: em Abril de 2011, um atentado terrorista e bombista no café Argana fez 17 mortos e 25 feridos, a maioria dos quais turistas estrangeiros, com destaque para um grupo de estudantes franceses e para um português emigrado na Suíça.
Como muito do que acontece por ali, foram os ocidentais que - não tenhamos vergonha de assumi-lo - resgataram o património de Marrocos da destruição e do esquecimento: os Túmulos Saadianos estavam em ruína, foram redescobertos e salvos, em 1917, pelo Service des Beaux-Arts, Antiquités et Monuments historiques de França; quanto a Jemma el-Fnaa, diz-se que foi recuperada graças a uma intervenção milagrosa de Eleanor Roosevelt - um dia, após um jantar oferecido no Hotel Mamounia pelo rei Mohamed V, a mulher do Presidente americano manifestou ao monarca a intenção de visitar a praça, tendo-lhe sido dito, para seu horror, que fora convertida num parque de estacionamento; o rei, no entanto, prometeu-lhe que, quando ela regressasse a Marrocos, a Jemma el-Fnaa estaria de novo desocupada, devolvida à sua glória pretérita; e assim se fez, conta a história, talvez mais lendária do que real (em certas versões, o interlocutor do monarca terá sido Winston Churchill, não Eleanor Roosevelt...).
O horizonte de Marraquexe é dominado pelo minarete da grande mesquita Cutubia (diz-se que os urbanistas franceses impuseram que nenhum edifício da cidade fosse mais alto do que os seus 69 metros), do tempo dos Almóadas, inacessível aos não-muçulmanos, aos quais só é dado contemplar as ruínas do antigo templo que ali se ergueu, o qual terá sido destruído e abandonado, diz-se, devido a um erro de construção que o fazia estar desalinhado com Meca, uma desgraça. Mesmo defronte, no teatro de Jemma el-Fnaa, é diariamente levado à cena para visitantes e turistas, um espectáculo a céu aberto feito de barracas de comida olorosa, acrobatas, vendedores de bugigangas e de óleos, encantadores de serpentes, amestradores de macacos, tatuadoras de hena, leitores da sina e da sorte (que prognosticam o futuro resguardados por chapéus de sol), aguadeiros fotogénicos, carteiristas e larápios, músicos, cantadores, sobretudo passeantes, curiosos e ruidosos. Esta será, em todo o mundo, a experiência que mais nos aproxima do que terá sido o bulício do Fórum Romano ou o dos vendilhões aos gritos junto ao Templo de Jerusalém, diz-nos Richard Hamilton em The Last Storytellers. Tales from the heart of Morocco (Tauris Parke, 2011), preciosa recolha de história oral dos contadores de estórias de Jemma el-Fnaa, tradição hoje classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, mas em vias de irreversível e irremissível extinção.
Não são de agora os lamentos pelo risco de desaparecimento dos hlaykia, os contadores de estórias de Marrocos. Há muitas décadas, Paul Bowles escrevia que todos os cafés de Tânger tinham um aparelho de televisão, ao qual os clientes ficavam colados, surdos e indiferentes à tradição oral do país, rica de muitos séculos. Hoje, bordejando a Praça Jemma el-Fnaa, encontramos também cafés somente frequentados por homens, com uma luz branca tenebrosa, repletos de marroquinos de olhar vazio, hipnotizados ante o futebol na TV. Dos 18 contadores de estórias que existiam em Marraquexe em 1970, actualmente não restarão mais do que meia-dúzia e, para mais, muito idosos. Em larga medida, é um sinal de progresso, do avanço da cultura escrita num país que, quando alcançou a independência, em 1956, tinha 80% de analfabetos, percentagem hoje reduzida para cerca de metade. À semelhança do que aconteceu com os homens que, em Portugal, ganhavam a vida a preencher os impressos dos iletrados à porta dos Arquivos de Identificação e das Repartições do Estado, os trovadores de Marraquexe viviam do analfabetismo e do atraso, mas nada disso implica que não lamentemos o seu desaparecimento iminente ou que ingenuamente julguemos que as suas estórias sempre podem ser conservadas sob forma escrita. É que, além da trama e da estória, existia a arte de a saber contar, o gesto e a mímica, os truques feitos para cativar a audiência, como o relatado pelo escritor Juan Goytisolo, em que um trovador chegava ao ponto de atirar um burro ao ar e, quando este zurrava e os passantes se aproximavam, exautorava-os por não se interessarem, nem darem ouvidos à palavra de Deus, mas logo acorrerem às vozes de um burro - e depois, claro, começava a desfiar a sua história. A importância da gestualidade é tal que, segundo alguns estudiosos, a palavra hikaya ("estória", em árabe) originalmente significava "mímica" e os antigos contadores de histórias, os hikayati, eram sobretudo mimos.
As raízes dos contadores marroquinos de estórias mergulham no teatro cómico da Grécia e da Roma antigas, mas a tradição oral humana é, obviamente, muito mais antiga e universal: o primeiro registo escrito dessa arte é o Papiro Westcar, datado de 2500 a.C., contendo cinco estórias de milagres realizados por magos e sacerdotes, narradas pelos filhos do faraó. No mundo islâmico, a tradição oral começou por assentar no relato de episódios religiosos por contadores populares, os qussas, que se albergaram nas praças e nos mercados após terem sido expulsos das mesquitas pelos clérigos mais ortodoxos, pois mesclavam trechos do Corão com lendas apócrifas antigas, anteriores à vinda do Profeta. No século VIII, durante o Califado Abássida, que ocupou uma área muito extensa, dos confins da Ásia Menor até ao Norte de África, vários líderes religiosos tentaram, sem sucesso, banir os contadores de estórias, cuja actividade sempre foi associada, como ainda hoje o é, à pequena criminalidade e à malandrice de rua, à prática da magia e à venda de talismãs e de amuletos fraudulentos.
Em Marrocos, a arte de contar estórias impregnou profundamente a cultura berbere e surgiu primeiramente, segundo se diz, na cidade imperial de Fez, fundada por Mulei Idris no ano 789. Desde há muito que os arabistas tentam classificar os diversos géneros de estórias e contos, dividindo-os em categorias nem sempre claras - estórias de animais, estórias populares comuns, lendas locais, narrativas humorísticas, estórias formulaicas - que remetem para um universo em que os temas recorrentes são, a saber: os ogres, a morte, provas e testes, recompensas e punições, reveses da fortuna, embustes e armadilhas, cativos e fugitivos, crueldade e sexo.
Como assinala Richard Hamilton no seu livro sobre os contadores de Jemma el-Fnaa, os folcloristas têm concluído que existe um substrato comum e universal a todas as estórias do mundo, sendo espantosas as similitudes entre, por exemplo, o conto de Aicha Rmada e o de Cinderela ou entre uma estória berbere chamada Blidjia e a Rapunzel dos irmãos Grimm. Em The Seven Basic Plots: why we tell stories, de 2004, Christopher Booker sustenta, na linha de Carl Gustav Jung, que existem sete enredos básicos nas narrativas de todos os tempos: a derrota de um monstro (Perseu, Teseu, Drácula, James Bond); a ascensão da pobreza à riqueza (Cinderela, Aladino, Jane Eyre ou as telenovelas brasileiras, diríamos nós); o cumprimento de uma missão (Ilíada, Divina Comédia, O Senhor dos Anéis); a viagem e o retorno (Épico de Gilgamesh, Odisseia, Gulliver, Peter Pan); comédia (Sonho de uma Noite de Verão, O Diário de Bridget Jones); tragédia (Anna Karenina, Macbeth, Madame Bovary); renascimento e aperfeiçoamento individuais (Orgulho e Preconceito, A Bela e o Monstro, Peer Gynt). Daí que, para Booker, e para muitos outros como ele, a estrutura e o sentido do filme Tubarão, de Steven Spielberg, são em tudo semelhantes a Beowulf, o épico anglo-saxónico do século VIII, alvo, entre nós, de uma tradução e de uma edição recentíssimas e prodigiosas, da autoria de Luísa Azuaga e Angélica Varandas (Assírio & Alvim, 2022).
Em Jemma el-Fnaa, e noutras praças de Marrocos, os ouvintes agrupam-se em redor do contador de estórias, formando um círculo, halka, que evoca a comunhão dos presentes, mas também a forma esférica da Terra e o movimento gravitacional dos planetas, bem como a antiquíssima tradição das aldeias camponesas e dos acampamentos nómadas, que se reuniam em círculo, o duwar, para protecção dos gados e das gentes. Ouvir uma estória, deixar-se seduzir por ela, é entrar numa realidade-outra, ser cúmplice e partícipe de uma comunhão universal, intemporal, que talvez possa resumir-se num velho e sagaz provérbio marroquino: "Tudo é possível, mas nada é certo".
Uma das muitas e maravilhosas estórias da Praça Jemma el-Fnaa versa a origem do deserto do Saara e diz assim: quando era jovem, o mundo era um paraíso coberto de palmeiras verdejantes e jasmins perfumados, ouvindo-se por toda a parte o canto dos rouxinóis. Os homens, na sua inocência, eram honestos e incapazes de mentir, e não existia sequer a palavra "mentira". Um dia, porém, um deles disse uma inverdade, de escassa ou nula importância, mas ainda assim uma inverdade. Então, Deus chamou todos os homens e disse-lhes que, por cada mentira que dissessem, lançaria um grão de areia sobre o planeta Terra. Olhando uns para os outros, os homens não se importaram, acharam que era ridículo preocuparem-se com um minúsculo grão de areia. E assim, mentira após mentira, começou a nascer um deserto, a cada dia maior, até alcançar o tamanho do imenso Saara. Nele ainda existem, contudo, pequenos e raros oásis, resquícios do verde de outrora, pois há homens que jamais mentem, que lutam pela verdade.
Nunca, como hoje, esta historiazinha do Saara foi tão actual e urgente. Dizermos que vivemos actualmente na era da "pós-verdade" é um enganador eufemismo, pois, na realidade, o nosso tempo é o da mentira, da descarada mentira. E a linha divisória entre verdade e mentira é, tem de ser, a bússola e o critério para as nossas opções e escolhas, sobretudo no campo governativo. Antes de votarmos em alguém da nossa afeição, política ou ideológica, deveremos fazer-lhe o teste da veracidade, interrogarmo-nos sobre se esse candidato ou partido recorre à mentira e à fraude, à manipulação, às fake news, às teorias da conspiração, pois aquilo que deveria ser o mínimo dos mínimos da política - não dizer mentiras clamorosas - é hoje, tristemente, o critério essencial de escolha, tantas são as inverdades circundantes. No Reino Unido, por exemplo, a campanha a favor do Brexit foi conduzida, do princípio ao fim, com base em aldrabices gritantes, muitas delas propaladas por trols de origem russa. Pela Grã-Bretanha circulou um autocarro que em letras garrafais proclamava que o país enviava, todas as semanas, 350 milhões de libras a Bruxelas. Boris Johnson e Nigel Farage alimentaram essa manipulação grotesca, que o Instituto de Estatística britânico classificou como "a clear misuse of official statistics".
Ainda assim, foi com base nessa e noutras mentiras escandalosas que os ingleses votaram, ainda que tangencialmente, a favor da saída da UE, uma catástrofe pela qual agora pagam caro. Iludidos pela inverdade, muitos acreditaram que, com o miraculoso Brexit, o Serviço Nacional de Saúde iria melhorar a olhos vistos: actualmente, segundo o YouGov e o Eurostat, o Reino Unido tem o pior serviço público de saúde da Europa, com as maiores listas de espera entre 36 países e uma duração três vezes mais longa do que a média da União Europeia. Existem hoje 5,5 milhões de britânicos à espera de tratamentos vitais ("life-changing treatment") e 1,3 milhões que tiveram uma consulta de saúde mental e nunca mais foram contactados (nem se diga, obviamente, que a culpa é da pandemia, pois ela não explica tamanha discrepância em face da média europeia). Ou seja, e em direitas contas, quem votou a favor do Brexit na ilusão da melhoria do SNS foi enganado e burlado, da mesma forma que muitos, muitíssimos, na ordem dos milhões, acabaram por morrer de covid por terem acreditado nas patranhas da hidroxicloroquina e da anti-vacinação. Não é sintomático, a este propósito, que os dois países com mais vítimas por covid tenham sido os EUA de Donald Trump, com mais de um milhão de mortos, e o Brasil de Bolsonaro, com 670 mil? Não é estranho que Bolsonaro tenha considerado segredo de Estado, impondo um sigilo de 100 anos, o seu boletim de vacinação? Não é bizarro que o povo brasileiro tenha ido votar sem saber sequer se o seu Presidente estava vacinado, ou não, contra o vírus da covid?
Enquanto escrevo estas linhas, não se sabe ainda o desfecho completo das eleições intercalares para o Congresso dos EUA, mas, com os candidatos que apresentou, pode dizer-se, sem exagero, que o Partido Republicano é hoje a principal ameaça à democracia no Ocidente, maior do que Putin ou Xi Jinping, pois estes são inimigos externos, declarados e sabidos, enquanto os Republicanos, qual Cavalo de Tróia, vivem dentro da cidadela e trabalham para a destruir. A quantidade de mentiras e ódio que Trump e os seus apaniguados são capazes de produzir tem raiado o absurdo: veja-se, por exemplo, a inenarrável congressista Marjorie Taylor Greene, impune difusora de teorias da conspiração como a do "Pizzagate", segundo a qual Hilary Clinton e outros Democratas estariam envolvidos numa rede de tráfico e exploração sexual de crianças baseada numa pizzaria de Washington (!), ou a de que a juíza Ruth Bader Ginsburg tinha morrido há anos e estava a ser substituída por um duplo para evitar que Trump nomeasse um juiz para o Supreme Court, ou a de que sucessivos massacres em escolas não passam de encenações para pôr em causa o comércio livre de armas pesadas. Das várias histórias mirabolantes que esta proeminente congressista divulgou, a melhor de todas - ou a pior - garante, sem pestanejar, que um gigantesco incêndio ocorrido na Califórnia em 2018 foi causado, imagine-se, por painéis solares colocados no espaço, num diabólico conluio que envolvia o governador democrata Jerry Brown e a família Rothschild, um alvo frequente das teorias da conspiração antissemitas. A desfaçatez e a hipocrisia não conhecem limites: Marjorie Taylor Greene foi das mais ferozes opositoras ao perdão das dívidas dos estudantes universitários, aprovado por Joe Biden, quando ela própria beneficiou, no seu tempo, de um perdão análogo, no valor de mais de 180 mil dólares! Como é evidente, uma mentirosa compulsiva como esta destacada republicana jamais aceita a ciência, a verdade científica, não admirando, pois, que conteste a Teoria da Evolução de Darwin e o aquecimento global, este último com um argumento estrondoso: "Talvez porque vivemos numa bola que gira em volta do Sol, é possível que o nosso clima mude de vez em quando".
É esta a América dos actuais Republicanos, gente como Lauren Boebert, que proclama em comícios que Cristo nunca teria sido morto pelo seu governo se transportasse consigo uma metralhadora AR-15; gente que promete, como Cecily Strong, que, se o povo do Arizona votar nela, nunca mais terá de se preocupar com eleições(!), que reiteradamente se proclama como ungido por Deus e por Ele escolhido para seu "lutador", como o governador da Florida Ron DeSantis, ou como Herschel Walker, candidato pela Geórgia, que diz ser contra o aborto e defensor da família tradicional, tendo atrás de si um longo historial de acusações de violência doméstica, violações e pagamento de abortos a várias mulheres (além, claro, de outras mentiras grosseiras, como afirmar que foi agente do FBI, quando não possui sequer habilitações académicas para se candidatar a essas funções). Em matéria climática, Walker é concludente, quiçá hilariante: "Como não conseguimos controlar o ar, o nosso ar bom decidiu flutuar para a China, enquanto o ar mau da China está a deslocar-se para o nosso país".
Seriam necessárias muitas páginas deste jornal para descrever o actual e lamentável estado do Partido Republicano, onde os moderados se calam ante uma corja radical de gente ignara, mentirosa e perigosa, que só acredita em eleições quando estas lhe são favoráveis, que pratica e instiga a violência, que defende Putin contra a Ucrânia, que não tem qualquer projecto que não seja o da completa destruição da democracia tal como a conhecemos, baseada no voto livre e no respeito pela dignidade humana. Nem vale a pena falar de Elon Musk, que se proclama um paladino da liberdade de expressão quando acaba de comprar o Twitter com dinheiro... saudita (a mentira e o descaramento, de facto, não têm limites). Com a invasão de Fevereiro, Putin despertou-nos para uma crua realidade, a de que as democracias liberais têm hoje de ser defendidas com ferocidade e firmeza, se necessário pela força, legítima e proporcionada. Neste contexto, a Ucrânia é só uma batalha de uma guerra muito mais vasta, que tem de ser travada aqui, a Ocidente, pois é o nosso modelo de governo e de sociedade que se encontra sob ameaça, uma ameaça como nunca vimos. Infelizmente, ainda há quem não tenha percebido isto, que é uma verdade bem simples.
Historiador.
Escreve de acordo com a antiga ortografia.