A sonda espacial que vai ao Sol
Em contagem decrescente para o lançamento, agendado para 31 de julho do próximo ano, a sonda solar Parker, da NASA, acaba de receber um dos seus componentes cruciais, o escudo térmico mais sofisticado de sempre, e está agora na fase final de testes, que são decisivos para o sucesso da sua ousada missão: chegar o mais perto possível do Sol.
A sonda Parker, assim chamada em homenagem ao físico Eugene Parker, da Universidade de Chicago, que em 1958 previu a existência do vento solar, será, se tudo correr bem, a nave terrestre que vai chegar onde nenhuma outra foi antes, a pouco menos de seis milhões de quilómetros de distância do Sol - 5,9 milhões de quilómetros, mais precisamente. Ou seja, bem no meio do vento solar, a corrente de partículas emanadas pela estrela, que depois se espalham por todo o sistema solar.
O objetivo é estudar as propriedades do vento solar e para isso os instrumentos a bordo da sonda vão protegidos por um escudo térmico com 11 centímetros de espessura, feito de um novo compósito à base de carbono. Sem isso, na passagem mais próxima da estrela (os tais 5,9 milhões de quilómetros, o que é 25 vezes menos do que a distância da terra ao Sol) a sonda e os seus instrumentos não aguentariam as altas temperaturas que, naquela região próxima da estrela atingem os 1377 graus Célsius.
Pela primeira vez uma sonda vai assim entrar na atmosfera do Sol, a chamada coroa solar, que é constituída por um plasma, o tal vento solar feito de partículas, para fazer o seu estudo lá, bem perto da origem, e com isso os cientistas esperam obter novos dados sobre os processos que aquecem a coroa solar e que aceleram o vento solar.
Depois de lançada, em 2018, a sonda, que foi desenvolvida e construída na Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, deverá entrar na órbita do em 2024, após uma viagem de aproximação lenta e gradual. Está previsto que complete pelo menos três órbitas em torno da estrela.