A sociedade e o futebol

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Asociedade inventou o "futebol" e por isso é a sua "progenitora" e, como tal, totalmente responsável pelos "genes" que lhe transmitiu, que o identifica através do seu "código genético", próprio e característico e irresistível a qualquer prova de "ADN".

Tal "fenómeno" foi criado de forma artificial pelo homem com o único objectivo de lhe proporcionar, primeiro, ocupação do tempo de lazer, depois, desenvolvimento físico e convívio social, para mais tarde vir assumir o carácter de "espectáculo público" para "divertimento", "ocupação do tempo livre", "controlo social", "alienação" e "propaganda política".

Esta foi a evolução social "sofrida" pelo "futebol", que vai desde o tempo da sua pureza e ingenuidade até à sua "instrumentalização", pelo poder político instituído que dele se aproveitou para colher dividendos políticos em seu proveito.

Estamos a falar de um fenómeno global, internacional, mundial e não exclusivamente de Portugal.

Ora, qualquer "análise" ao futebol tem de levar em linha de conta tudo o que foi dito até aqui para se poder entender que o "futebol" só pode ser analisado à luz e à imagem do seu criador, a sociedade, composta por seres humanos, sendo esta espécie, reconhecida no plano antropológico, como tendo os maiores predadores do planeta, capazes, inclusive, de o destruir (ao planeta).

Depois de se saber que isto é verdadeiro, já que se pode constatar na sociedade através da própria evolução do homem, quer no plano filogenético, quer mesmo no reduzido plano ontogénico, como era possível então esperar que o "futebol", que é dirigido por homens, fosse um "modelo" de virtudes?

O homem é corrupto, é desonesto, mente, levanta falsos testemunhos, trai o seu amigo, mata o seu irmão (Caím), jura falso, vende gato por lebre e, por fim, invoca a sua "palavra de honra", a torto e a direito, quando, na maioria dos casos, nunca a teve.

... Mas, o futebol, quer vir dizer à sociedade, de onde ele emana, que lá são todos "santinhos"...

Robert Ardrey, há muitos anos, lembrava, numa visão realista, que "o homem não descendia de um anjo decaído mas tão-só de um macaco evoluído".

Então temos que os "macacos evoluídos" organizaram o futebol espectáculo para ganharem dinheiro, de forma legítima, mas apenas como negócio e com o único objectivo da obtenção do lucro.

O que dá uma certa vontade de rir, ou de chorar, é ver que "eles" se "organizaram" de tal forma que se apressaram a constituir comissões de ética, coisa que na sociedade real, de onde eles emanam, só dificilmente se poderá encontrar nos "perdidos e achados" que algumas instituições sérias ainda têm...

... E se formos vasculhar a vida privada de muitos desses "macacos evoluídos" do futebol, alguns com 34 vértebras, então percebemos que muitos estão lá para se redimirem dos seus pecados e fazerem alguma coisa útil, e meritória, pela sociedade civil, que na sua maioria é séria e trabalhadora e tem no "futebol" o seu "ópio".

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