"A série The Walking Dead é um espelho de muito do que se passa no mundo"

Os atores e produtor mostraram vontade de conhecer Lisboa e contam como reagiria a sociedade atual se a epidemia de zombies acontecesse na vida real
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Não sei se o sabem, mas há fãs acampados à porta do Teatro Tivoli desde ontem [terça-feira] às 13.00.

Jeffrey Dean Morgan (J.D.M.) - Wow!

Greg Nicotero (G.N.) - [ao olhar para os colegas] Vamos mandar-lhes qualquer coisa? Vamos para lá acampar! [risos]

Sete anos depois, porque é que o mundo continua apaixonado por The Walking Dead?

Norman Reedus (N.R.) - Existe uma história fantástica na série. Há muitas personagens, construídas com muito trabalho e esforço, com as quais o público se pode identificar. O público tem crescido ao mesmo ritmo das personagens. Existe aqui uma forte ligação entre os espectadores e as personagens. Essa é uma das principais razões.

The Walking Dead mostra um grupo de pessoas a tentar sobreviver num mundo apocalíptico habitado por zombies. Cada vez mais, as personagens lutam entre si em vez de se unirem contra o mesmo mal. Se um cenário igual acontecesse na vida real, a sociedade reagiria da mesma forma?

J.D.M. - Absolutamente. A série é o espelho de muito do que se passa no mundo. Aquilo que vemos agora em The Walking Dead é que os zombies já não são um problema tão grande como as próprias pessoas. Durante seis anos, girou tudo à volta dos zombies. Agora, quando as pessoas se viram umas contra as outras, aí sim está o grande problema.

G.N. - Hoje em dia, as pessoas já ficam furiosas quando não conseguem conectar-se à internet. Imagine se toda a eletricidade fosse abaixo, se não existisse, de todo, internet. Só por causa desse motivo, em três dias já estávamos todos mortos! [gargalhada]

J.D.M. - Imaginem as pessoas: "Epá, não consigo publicar no Twitter que anda por aqui um zombie." [risos]

N.R. - "Se não posso partilhar uma foto de um zombie no Instagram, qual é o objetivo de viver?"[risos]

Em The Walking Dead explora-se muito as emoções e as relações humanas. O que é que aprenderam sobre vocês mesmos desde que entraram para este projeto?

N.R. - Adoro o meu trabalho. Como homem, acho que me tornei uma melhor pessoa, pela oportunidade que me foi dada. Dou mais valor ao tempo que passo com a minha família. Tenho uma ética profissional melhor, sou mais saudável. Cuido melhor de mim.

J.D.M. - Nah. Eu só o faço porque gosto de passar tempo com o Norman e o Greg. [risos]

Greg, a caracterização dos zombies é de sua responsabilidade e um dos elementos-chave da série. Quanto tempo demora este processo?

G.N. - Cada zombie demora cerca de uma hora e meia, talvez duas, a ficar caracterizado. Mas o processo não é sempre o mesmo. Tenho uma excelente equipa de artistas. Sempre que temos um novo zombie para caracterizar, olhamos para ele como uma tela em branco. Isso faz que consigamos ser criativos e livres para erguer estas lindas peças de arte.

O Jeffrey é o mais novo elemento da série, com a entrada do impiedoso vilão Negan no final da sexta temporada. Que feedback tem tido do público a esta personagem? Sinto que as pessoas ou o amam ou o odeiam...

J.D.M. - É exatamente isso. Há quem o ame, quem o odeie e quem o ame odiar. A reação tem sido muito positiva, mesmo pensando nas pessoas que o odeiam. Tudo porque é uma personagem extraordinária! O sucesso não tem nada que ver comigo.

N.R. - Ele tem um pouco de ti, sim... [risos]

J.D.M. - Por agora, vocês estão seguros. Por agora. [risos] Não, mas ele é complexo, divertido, carismático, bruto. Há magnetismo nele, o público sente-se atraído até ele.

Quanto ao Norman, arriscaria a dizer que Daryl é um dos favoritos dos fãs.

N.R. - Ah pois é! [diz a gritar] Recebo muito carinho na rua.

J.D.M. - Em qualquer rua, em qualquer esquina, em qualquer metro quadrado. [risos]

Vocês estão cá apenas um dia. Já conseguiram ver alguma coisa de Lisboa?

J.D.M. - Talvez à tarde. E estamos ansiosos para conhecer os fãs portugueses.

G.N. - Quando soube desta digressão e de locais como Lisboa, disse logo: "Contem comigo!" [risos]

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