A semana num minuto: Um plano em xeque e sem líder

Na semana que passou ficou claro que o processo de vacinação tinha dúvidas a mais para uma situação destas. Tal como mostrou que nem em tempo de pandemia mudam algumas mentalidades. Entretanto, o CDS tenta sobreviver e no Brasil Abel Ferreira levou um clube e uma cidade às lágrimas. E ele também.
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A decisão do responsável pela delegação norte do INEM de vacinar os funcionários de uma pastelaria - com a explicação que tinham sobrado algumas doses das atribuídas e que para não perderem a validade tinha sido decidido vacinar aqueles profissionais - levou à sua saída do cargo e deu início a inúmeras denúncias de pessoas que ultrapassaram as prioridades estipuladas no plano de vacinação. Longe de todas as polémicas esteve Abel Ferreira que ganhou com o Palmeiras a Taça dos Libertadores. As imagens do técnico a chorar e as suas declarações sobre as saudades das filhas marcaram o final do jogo.

Com os hospitais portugueses a chegar ao limite da capacidade para responder aos internamentos de doentes com covid-19 - neste dia estavam internadas 6694 pessoas, 858 em unidades de cuidados intensivos - o dia ficou marcado pelo anúncio do chanceler austríaco Sebastian Kurz de que o país estava disponível para receber doentes portugueses nas suas unidades hospitalares. Essa possibilidade foi divulgada na rede social Twitter depois de uma conversa telefónica, segundo o responsável austríaco, com o primeiro-ministro António Costa.

Após alguns dias de rumores a madrugada trouxe a confirmação de que o exército tinha liderado um golpe de Estado na antiga Birmânia antes da tomada de posse do parlamento eleito nas legislativas de 8 de novembro. Na sequência desta ação a nobel da Paz, em 1991, e atual líder do governo, Aung San Suu Ky, foi detida. Desde as eleições que o exército garantia terem existido diversas "enormes irregularidades" no sufrágio ganho pelo partido de Aung San Suu Ky, o LND. O exército deteve também o presidente do país, Win Myint. E decretou o estado de emergência durante um ano.

Com a contestação à sua liderança a subir cada vez mais de tom, o presidente do CDS/PP Francisco Rodrigues dos Santos anunciou que vai submeter ao Conselho Nacional, nodia 5 de fevereiro, uma moção de confiança à sua direção, para "confirmar a legitimidade política" da sua liderança. Pouco depois teve resposta de Adolfo Mesquita Nunes, que pediu a marcação de um congresso para se eleger uma nova direção. De acordo com este antigo dirigente centrista Francisco Rodrigues dos Santos está "entrincheirado", e rejeitou que as votações no conselho nacional decorram de forma nominal.

O dia que ia ficar marcado pela chegada a Portugal de 26 profissionais de saúde alemães para ajudar a tratar doentes com covid-19, neste caso internados no Hospital da Luz, acabou por ser notícia a demissão do responsável pela equipa que elaborou o Plano de Vacinação contra a Covid-19 em Portugal. Depois de inúmeras denúncias de procedimentos errados no processo de vacinação, Francisco Ramos não resistiu à descoberta que na Cruz Vermelha, onde era presidente da comissão executiva, também tinham existido irregularidades no processo de seleção de profissionais de saúde para essa toma.

Um dos temas do dia começou, na realidade, na noite anterior quando o DN noticiou que a antiga candidata presidencial Ana Gomes (que ficou em segundo nas eleições ganhas por Marcelo Rebelo de Sousa) e um ponto percentual à frente de André Ventura, o líder do Chega, avançou com uma queixa na Procuradoria-Geral da República para que o Ministério Público reaprecie a legalidade do partido e considere uma "eventual extinção judicial" do mesmo. A embaixadora e antiga eurodeputada pelo PS quer também que seja investigada a origem do financiamento do partido.

A semana terminou com a confirmação de um anúncio feito no domingo: a Áustria vai receber doentes portugueses. Serão dez, cinco com covid-19 e os outros com outras doenças ou cirurgias pendentes. O chanceler Sebastian Kurz, que tinha escrito no Twitter estar o país disponível para ajudar Portugal, assumiu que é uma "questão de solidariedade europeia oferecer ajuda" e lembrou que já tinham recebido pessoas em cuidados intensivos de França, Itália e Montenegro. Os doentes que forem para a Áustria vão ficar em clínicas de Viena e de outras quatro regiões.

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