A Salsa tempera 'jeans' desde aqui até ao Médio Oriente

De Ribeirão para todo o mundo, a Salsa vai conquistando clientes com as suas "peças sensuais, técnicas e bem desenhadas"
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É uma marca com nome de erva aromática (ou de estilo de dança latino). Mas também é muito mais do que isso. É a Salsa, uma empresa apaixonada pela criação de jeans, que faz sucesso aqui como no Médio Oriente.

Se é mulher e tem entre 20 e 45 anos, provavelmente já vestiu umas calças de ganga da Salsa (é esse o perfil da cliente-tipo da marca) e sabe do que se fala nesta página. Se não é o caso, fique a saber: a Salsa nasceu em 1994 no seio da Irmãos Vila Nova, uma empresa de Ribeirão (Famalicão) - inicialmente focada nas negócios de lavandaria e acabamentos, mas que foi investindo progressivamente nas confecções. Hoje, está representada em 35 países e é a líder nacional do mercado dos jeans.

Em tempo de crise, a empresa dos irmãos Vila Nova (Filipe, que ainda lhe preside, e António e Beatriz que saíram, em 2008, para reerguer a vizinha Tiffosi) não pára de crescer e de se internacionalizar. "Decidimos acelerar a internacionalização, numa estratégia de dispersão de risco. Em 2009, 60% das nossas vendas eram feitas em Portugal; em 2010, já era só 54%; e este ano, em Agosto, tínhamos 43%. Isto sem perder volume de negócios, o que significa que estamos muito menos dependentes de Portugal para fazer a nossa actividade", conta Renato Homem, o chief operating officer (director de operações) da Salsa.

A aposta no estrangeiro - iniciada em 2002, com a abertura da primeira loja em Espanha - tem corrido de feição. Além de Portugal e restante Europa Ocidental e Central (duas das principais áreas de acção da marca), também o (teoricamente conservador) Médio Oriente se rendeu às peças "sensuais, técnicas e bem desenhadas" da Salsa.

"Lá valorizam muito este tipo de design e de roupa, até pelas parecenças entre o seu clima e o português. Os habitantes do Médio Oriente estão muito disponíveis para usar coisas sensuais, de luxo, porque gostam de mostrar o que têm de bom. E, às vezes, até temos de fazer coisas específicas para eles, porque eles são muito mais adeptos da moda do que nós", explica o responsável, para mostrar a abertura do mercado dos países árabes, onde a Salsa chegou em 2004 e tem crescido através de uma parceria com o grupo Azadea. Lá, a próxima abertura de uma loja será já em Novembro, no megacentro comercial Dubai Mall.

Todavia, o que está por trás da fama da Salsa? A sua capacidade de reinventar o mercado dos jeans, com roupas que se adaptam aos diferentes corpos dos seus clientes. "Não há muitas empresas com o nosso portefólio de calças e fits técnicos", diz Renato Homem, enquanto abre um catálogo. Os fits (modelos push up, push i n ou slim effect) "destacam o melhor que o corpo humano pode ter" e foram pensados e criados na fábrica de Ribeirão... antes de serem copiados por outros, garante o director: "Os nossos principais concorrentes vieram, com alguns anos de atraso, replicar a nossa abordagem ao mercado feminino: roupa sensual, ajustada ao corpo e confortável."

Porém, ser capaz de marcar as tendências é apenas mais um ponto de honra para a chancela minhota. Para Renato Homem, a chave do sucesso da Salsa é a paixão com que tudo é realizado. "Trabalhar o denim [o tecido que dá origem à ganga] é como treinar um cavalo: demora muito tempo. Mas nós temos pessoas que trabalham as peças semanas a fio. Essa paixão mostra-se ao longo da linha, nas estilistas, nas costureiras, em todos nós. Eu próprio ando com calças da Salsa em períodos de teste", revela.

E, assim, mesmo que o futuro seja "nebuloso", nada impede a Salsa de pensar em "estar no top 10 mundial de jeanswear" daqui a poucos anos. Para garantir esse sucesso, remata Renato Homem, já está garantido "o mais importante: as pessoas e a paixão".

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