A renovação geracional dos atores galácticos
Harrison Ford começou por interpretar Han Solo em A Guerra das Estrelas (1977), O Império Contra-Ataca (1980) e O Regresso de Jedi (1983), regressando à personagem depois de um hiato de 32 anos, portanto em 2015, com O Despertar da Força. O mesmo aconteceu, aliás, com Carrie Fisher e Mark Hamill, respetivamente nos papéis de Princesa Leia e Luke Skywalker.
Complicado? Digamos que as coisas são ainda menos lineares com vários outros exemplos, a começar pela figura ameaçadora de Darth Vader. Nos primeiros três filmes, quem lhe corpo foi David Prowse - literalmente, uma vez que a voz pertencia a James Earl Jones.
Na segunda trilogia rodada (que é, de facto, a primeira no plano cronológico), Darth Vader começa por definir-se através dos traços do jovem Anakin Skywalker, tendo sido interpretado por Jake Lloyd, em A Ameaça Fantasma (1999) e Hayden Christensen, em O Ataque dos Clones (2002) e A Vingança dos Sith (2005). Isto sem esquecer Obi-Wan Kenobi, encarnado por Alec Guinness nos três primeiros filmes e Ewan McGregor nos três seguintes. Além das presenças de atores como Liam Neeson, o mestre Jedi Qui-Gon Jinn em A Ameaça Fantasma, Natalie Portman, a Princesa Amidala desse filme e dos dois seguintes...
Talvez haja outra maneira de dizer tudo isto: a saga de Star Wars, mesmo marcada por performances de alguns atores de grande prestígio e popularidade, nunca dependeu de estrelas para sustentar a sua mitologia - é o universo galáctico que desempenha tal função. Compreende-se, assim, que a trilogia iniciada com O Despertar da Força (a prosseguir em 2017 e 2019) seja também o palco de uma calculada renovação geracional, com a emergência de novos rostos como Adam Driver (Kylo Ren), Daisy Ridley (Rey), John Boyega (Finn) e Oscar Isaac (Poe Dameron). Surpreendentemente ou não, de toda esta variedade de intérpretes, apenas um chegou às nomeações para os Óscares: foi Alec Guinness, na categoria de ator secundário, pelo filme inaugural de 1977 - não ganhou.