A realidade virtual com tacto, olfacto e paladar

A promessa de uma realidade virtual, um mundo criado por computador capaz de simular os estímulos com que nos confrontamos diariamente, foi expectativa lançada com entusiasmo mas sem muitos resultados, pelo menos até aos dias de hoje.
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Cibersexo, desportos radicais ou hologramas de paisagens longínquas foram cenários imaginados nas últimas décadas mas que têm ficado por concretizar, por falta de fundos ou, muitas vezes, desconhecimento nesta área das novas tecnologias que interfere em grande parte com as neurociências.

Uma situação que uma equipa de investigadores britânicos quer agora inverter: segundo a revista Wired, os cientistas pretendem afastar-se dos esquemas conhecidos de realidade virtual para criar uma "virtualidade real".

"O aspecto crucial na virtualidade real é que os cinco sentidos sejam atingidos de forma altamente realista", explicou Alan Chalmers, professor na Universidade de Warwick."Precisamos de cheirar, de saborear", sublinhou.

O objectivo é enganar o cérebro através de estímulos multisensoriais, que não têm de ser perfeitos: basta que consigam funcionar em conjunto. Os cientistas prevêem utilizar a seu favor a forma como o cérebro dá prioridade aos estímulos que recebe, de forma a fornecerem em cada situação o nível certo de detalhe com a máxima eficiência.

Usando estas informações - quando atendemos o telefone o sentido em alerta é o da audição, em detrimento da visão periférica, por exemplo - os investigadores poderão construir um sistema de realidade virtual que funciona com menos força bruta do que se pensava ser necessário. Basta saber apenas quais os sentidos a estimular em cada momento, dependendo da acção desempenhada.

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