A rainha das festas populares

A sardinha é hoje em dia um alimento muito versátil, amplamente utilizada por chefes nas mais diversas maneiras e nos melhores restaurantes. Com uma pele cheia de sabor, a sardinha combina sempre bem com pão, acompanhada de um copo de vinho.
Publicado a
Atualizado a

A sardinha deve o seu nome à ilha italiana da Sardenha, devido à sua abundância noutros tempos. Na nossa costa também é abundante e desde sempre muito consumida de norte a sul do país. Esta espécie reproduz-se durante um período alargado, de outubro a abril, e acumula gordura desde o final da primavera até meados do outono (setembro-outubro) para crescer e para se reproduzir nos meses seguintes. É por esta razão que a sardinha normalmente beneficia de uma época de defeso em que a sua pesca é proibida, fazendo com que tenha tempo de se reproduzir e crescer, mantendo a sustentabilidade da espécie.

A pesca da sardinha faz-se através da arte de pesca de cerco, na qual uma rede de grandes dimensões (que chega a ser equivalente a um estádio de futebol) é lançada, de modo a cercar o pescado, reduzindo a sua capacidade de fuga.

Nos restaurantes encontramos a sardinha confecionada de diversas formas: com gaspachos, em caldeiradas, acompanhadas de migas com tomate, em ceviches, mas é consumida maioritariamente assada e apresentada sobre pão ou broa de milho. E porque cada um "puxa a brasa à sua sardinha", na euforia das festas dos santos populares cada qual defende a sua com unhas e dentes, uma vez que a sardinha assada é um dos pratos mais servidos pelas ruas nas festas de Santo António, São Pedro e São João.

Além disso, mantém-se como produto intemporal. Recentemente, foi considerada uma das Sete Maravilhas da Gastronomia Portuguesa. No Continente pode encontrar a sardinha mais fresca. O brilho é um dos indicadores de frescura deste peixe que, ostentando orgulhosamente os seus belos reflexos prateados, encanta o paladar de qualquer um, fornecendo-nos vitaminas e minerais. Afinal, este é um peixe saudável, repleto de gorduras boas que o nosso corpo e mente agradecem.

Com uma carga histórica e cultural por detrás, a sardinha, que começou por ser um prato de pessoas humildes, tornou-se iguaria dos mais conceituados restaurantes, resistindo a qualquer época, não cedendo a modas mas provando ser um peixe eternamente apreciado.

Benefícios
A sardinha é um peixe meio gordo que fornece uma grande variedade de vitaminas do complexo B e vitamina D, muitas vezes deficiente em certas épocas do ano ou períodos da vida. Esta variedade de pescado representa uma boa fonte de ácidos gordos da família ómega-3, conhecidos pelo papel importante na manutenção dos níveis normais de colesterol no sangue e de potássio, que ajuda a controlar a pressão arterial. Estes dois nutrientes são essenciais para a manutenção de uma boa saúde cardiovascular.

Valores nutricionais (por cada 100g)
158 kcal
Vitaminas: D B3 B6 B12
Minerais: P Zn K

Como conservar
Se estiver devidamente acondicionada num recipiente fechado, na parte inferior do frigorífico, a sardinha conserva todas as suas propriedades ao longo de um a dois dias.

Como consumir
Quanto mais fresca, melhor. Em termos de confeção, a sardinha fica bem nas formas mais clássicas: grelhada, assada, e em saladas, sobretudo com pimentos vermelhos. Já a sardinha em lata brilha em sandes e bruschettas com tomate, rúcula e orégãos. Ceviches com sardinha, tortas ou sashimi são excelentes opções para um lanche de verão em que a sardinha é a estrela do prato.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt