A primeira maioria absoluta do PS
A vitória de José Sócrates começou , assim, a ser “desenhada” com a ida de Durão Barroso para Bruxelas, uma vez que o Presidente da República, Jorge Sampaio, optou por “convidar” o PSD a constituir um novo executivo em vez de marcar eleições legislativas antecipadas como então reclamavam os socialistas.
Durão Barroso – que perante a opinião pública aparecia como estando a reeditar a fuga de António Guterres ao pântano em que o país se tornara – garantiu na altura que o Presidente Sampaio lhe assegurou que a sua decisão não ia mergulhar país em antecipadas, devendo o PSD e o CDS-PP assegurar um novo executivo.
Uma solução que levou o então secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues a abandonar a liderança dos socialistas, sentindo-se traído por Belém pelo facto de Sampaio, seu amigo pessoal, ter decidido não convocar as legislativas antecipadas.
A Durão Barroso sucedeu na liderança do PSD, e como primeiro-ministro Santana Lopes que , mantendo a coligação com o CDS-PP de Paulo Portas acaba por constituir um executivo que toma posse em 17 de Julho de 2004, e que ao longo de pouco mais de quatro meses se defrontou com um sem fim de pequenos episódios e sucessivas mini-remodelações. Um clima que ficou conhecido como de permanente “trapalhada” e que culminou com decisão de Jorge Sampaio de dissolver o Parlamento mal estivesse aprovado o Orçamento do Estado para 2005, e marcar novas eleições legislativas para 20 de Fevereiro. Eleições que decorreram numa altura em que José Sócrates já tinha ganho o PS , depois de o disputar em acesas eleições directas com Manuel Alegre e João Soares, que mobilizarem os socialistas para o combate político com a oposição que já então se começava a antecipar.
Na noite da derrota Paulo Portas anuncia a intenção de deixar a liderança do CDS-PP. Santana Lopes só o faria mais tarde, desde logo garantindo que “ia andar por ai ”.