A primeira maioria absoluta do PS

Com mais de dois milhões e meio de votos José Sócrates chega ao poder a 20 de Fevereiro de 2005 pondo um ponto final num ciclo de turbulência política desencadeado com o anúncio da opção de Durão Barroso pela  presidência da Comissão Europeia, deixando então Portugal a ter de encontrar um novo primeiro-ministro enquanto vivia uma conjuntura económica  complicada.
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A vitória de José Sócrates começou , assim, a ser “desenhada” com a ida de Durão Barroso para Bruxelas, uma vez que o Presidente da República, Jorge Sampaio, optou por “convidar” o PSD a constituir um novo executivo em vez de marcar eleições legislativas antecipadas como então reclamavam os socialistas.
 Durão Barroso – que perante a opinião pública aparecia como estando a reeditar a fuga de António Guterres ao pântano em que o país se tornara – garantiu na altura que o Presidente Sampaio lhe assegurou que a sua decisão não ia mergulhar  país em antecipadas, devendo o PSD e o CDS-PP  assegurar um novo executivo.


Uma solução que levou o então secretário-geral do PS,  Ferro Rodrigues a abandonar  a liderança dos socialistas,  sentindo-se traído por Belém pelo facto de Sampaio, seu amigo pessoal, ter decidido não  convocar as  legislativas  antecipadas.


A Durão  Barroso sucedeu na liderança do PSD, e como primeiro-ministro Santana Lopes que , mantendo a coligação com o CDS-PP de Paulo Portas acaba por constituir um executivo que toma posse em 17 de Julho de 2004, e que ao longo de pouco mais de quatro meses se defrontou com um sem fim de pequenos episódios e sucessivas mini-remodelações. Um clima que ficou conhecido como de permanente “trapalhada” e  que culminou com decisão de Jorge Sampaio de dissolver o Parlamento mal estivesse aprovado o Orçamento do Estado para 2005, e  marcar novas eleições legislativas para 20 de Fevereiro. Eleições que decorreram numa altura em que José Sócrates já tinha ganho o PS , depois de  o disputar em acesas eleições directas com Manuel Alegre e João Soares,  que mobilizarem os socialistas para o combate político com a oposição que já então se começava  a antecipar.


Na noite da derrota Paulo Portas anuncia a intenção de deixar a liderança do CDS-PP. Santana Lopes só o faria mais tarde, desde logo garantindo que “ia andar por ai ”.

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