A praia onde guarda-sóis, cadeiras e brinquedos não regressam a casa
A contagem foi feita pelo DN ao longo de aproximadamente 300 metros de areal. Perto de 400 guarda-sóis, cerca de mil cadeiras, insufláveis, bolas, pranchas de bodyboard, braçadeiras e boias, baldes, pás e ancinhos. Além de toalhas, sacolas e até uma tenda. Seria normal para um dia de praia. Mas são apenas oito da manhã e ainda não há ninguém no areal. Ou seja, tudo o que por ali se encontra ficou por lá do dia anterior. Visto à distância, até parece que alguém se esqueceu do lixo na praia. Mas não. Trata-se de um hábito antigo, com, pelo menos, 20 anos em plena praia Atlântica, em Soltroia. Há moradores que por ali deixam objetos durante todo o verão e nunca houve notícias de roubos. A Autoridade Marítima diz que é uma prova de segurança na costa portuguesa e que há outros casos no país, embora de menor dimensão.
"Isto tem tantos anos que já ninguém faz caso. Deixar o guarda-sol e outros objetos na praia é muito natural aqui, porque as casas estão aqui por trás", explica Maria Leónia Almeida, com moradia em Soltroia (Troia - Grândola) há mais de 20 anos, revelando que por vezes não encontra a cadeira junto ao seu guarda-sol, mas acaba sempre por a descobrir nos guarda-sóis dos vizinhos, que conhecem há anos.