A polémica do Concorde
Para muitos, o pináculo da tecnologia do século XX, para outros, uma ameaça ambiental pelo ruído e poluição que causava, o avião supersónico de passageiros Concorde esteve envolto em controvérsia desde os primeiros dias.
À época, a maior crítica ambiental prendia-se com o estampido sónico que o aparelho produzia no momento em que rompia a barreira do som. Algumas autoridades e muitos ambientalistas afirmavam que esse ruído, provocado sobre zonas intensamente povoadas, traria graves problemas às populações. Quando, em 1976, o Concorde fez o seu primeiro voo comercial, já estava em vigor há seis anos um diploma do Senado americano proibindo voos supersónicos comerciais em espaço aéreo dos EUA. Outros países, incluindo a República Federal da Alemanha, a Holanda, a Suécia ou a Noruega, também tinham imposto limitações ou demonstrado reservas a este tipo de atividades. O Concorde viu, assim, a sua atividade muito limitada: em 1976 apenas pôde voar entre Londres e o Bahrein, Paris e Rio de Janeiro e Paris e Caracas. A 11 de maio de 1977, como o DN noticiou no dia seguinte, os defensores do projeto obtiveram uma vitória: o juiz federal Milton Pollack decidiu que o Concorde tinha todo o direito de aterrar em Nova Iorque.
Durante os anos que se seguiram, os voos entre Londres ou Paris e Nova Iorque tornaram-se mesmo imagem de marca do avião que permanece, ainda hoje - 18 anos depois do seu último voo -, o único aparelho de transporte de passageiros capaz de ligar a capital britânica e a Grande Maçã em três horas e 15 minutos.