Ficou concluída a participação portuguesa na Quinzena dos Realizadores, com a passagem de Odete, de João Pedro Rodrigues (O Fantasma). Odete é a história de uma obsessão, a de Odete (Ana Cristina de Oliveira), por Pedro, um homossexual morto num acidente de automóvel. A rapariga, que se diz grávida do defunto, não convence nem o antigo namorado deste, nem a mãe, mas a sua fixação em Pedro leva-a até a dormir em cima da campa dele. O filme precisa que acreditemos em Odete para a seguirmos na sua mórbida jornada e estabelecermos contacto emocional com ela, mas o argumento não deixa claro como ela conhecia Pedro, nem porque é que, de súbito, ficou obcecada com ele. É uma falha fatal, que retira a verosimilhança ao comportamento da personagem, e que nem a entrega de Ana Cristina de Oliveira consegue emendar.