A NATO aos 70: a aliança mais bem-sucedida da história
Nos últimos 70 anos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) ajudou a criar o período mais seguro, estável e próspero da história dos seus países membros. Desde a dissuasão do Pacto de Varsóvia durante a Guerra Fria até ao enfrentar das ameaças híbridas com que nos deparamos hoje, os Aliados da NATO estiveram e continuam a estar lado a lado na proteção dos nossos povos.
A força da NATO está na sua unidade e em permanecer fiel aos princípios e propósitos para os quais foi criada. O nosso compromisso com a defesa coletiva de todos os Estados membros da NATO é inabalável, assim como o nosso compromisso com os valores da democracia, da liberdade individual, dos direitos humanos e do Estado de direito, que partilhamos.
Quando o Tratado do Atlântico Norte foi assinado, a 4 de abril de 1949, pelos 12 primeiros Aliados, incluindo Portugal e os Estados Unidos, o presidente Truman disse que os seus membros "não estavam apenas a procurar libertar-se de agressões e do uso da força na comunidade Atlântico Norte, mas estávamos também a esforçar-nos para promover e preservar a paz em todo o mundo". Essa continua a ser a aspiração coletiva dos membros da Aliança da NATO.
Embora a Guerra Fria tenha terminado há muito tempo, a NATO continua tão relevante hoje como era em 1949, à medida que surgem novos desafios, que juntamente com os antigos desafios criam um ambiente geopolítico cada vez mais competitivo e incerto. Quando os Estados Unidos foram atacados a 11 de setembro de 2001, a NATO invocou o artigo 5.º - Cláusula de Defesa Coletiva da NATO - pela primeira e única vez na sua história. Aviões de Aliados da NATO patrulharam o espaço aéreo americano e os Aliados lutaram lado a lado para combater o terrorismo no Afeganistão.
Hoje, trabalhamos juntos para construir a nossa resiliência e combater as ameaças híbridas e cibernéticas que ameaçam as nossas sociedades. Em vez de trabalhar connosco para enfrentar novos desafios, a Rússia está a demonstrar uma agressão que mais uma vez ameaça corroer a prosperidade, a estabilidade e a paz que construímos nos últimos 70 anos. A Rússia tem atacado instituições democráticas do Ocidente, incluindo eleições, instituições financeiras e infraestrutura civil, com recurso a novas formas de "guerra híbrida". Usou atividades cibernéticas maliciosas para atingir organizações internacionais como a Agência Mundial Antidoping e a Organização para a Prevenção de Armas Químicas. Invadiu e continua a ocupar ilegalmente partes da Ucrânia e da Geórgia. E ameaça as cidades da NATO e os nossos cidadãos ao usar armas químicas nas ruas das nossas cidades, e movimentar mísseis com capacidade nuclear em clara violação do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).
Mas a Rússia não é a única ameaça internacional que os membros da NATO enfrentam. Uma China cada vez mais assertiva está agressivamente a tentar ganhar influência económica e política na Europa a fim de subverter a unidade europeia e transatlântica e reescrever as normas e os padrões internacionais. Ao mesmo tempo, em África, a China e a Rússia estão envolvidas em práticas predatórias que impedem o crescimento económico, ameaçam a independência financeira das nações e alimentam a corrupção no flanco sul da NATO. Também não podemos ignorar os desafios colocados por nações como o Irão e a Coreia do Norte, ambos com líderes imprevisíveis e ambições nucleares. E, como testemunhado nas ruas de Carcassonne, Trèbes, Paris, Liège e Amesterdão em 2018, o terrorismo continua a representar uma ameaça direta para as nossas populações e para a estabilidade e a prosperidade internacionais de forma mais alargada.
Perante estes desafios, os Estados Unidos permanecem firmes no compromisso com os nossos aliados. Quando o presidente Donald Trump falou em Varsóvia, em 2017, disse inequivocamente: "Os americanos sabem que uma forte aliança de nações livres, soberanas e independentes é a melhor defesa para a nossa liberdade e para os nossos interesses." Esse compromisso com a defesa coletiva dos valores que partilhamos e da soberania dos países membros da NATO é o motivo pelo qual os Aliados decidiram, em 2014, aumentar os investimentos na defesa nacional. Comprometemo-nos a gastar pelo menos 2% do produto interno bruto em defesa e a investir pelo menos 20% dessa despesa em grande equipamento até 2024.
A NATO é uma aliança de países que se uniram porque, nas palavras da carta da NATO, "estão determinados a salvaguardar a liberdade, herança comum e civilização dos seus povos, fundada nos princípios da democracia, da liberdade individual e do Estado de direito". Cada novo aliado fortalece-nos, e o crescimento das capacidades da defesa coletiva da NATO permite que os membros da NATO se defendam melhor a si próprios e aos seus aliados, salvaguardando a nossa paz e prosperidade. Em 2019, a NATO assinala o aniversário da entrada de novos aliados provenientes da Europa Central e do Leste Europeu, enquanto se prepara para receber a Macedónia do Norte, que será o 30.º aliado da NATO.
Juntos, devemos continuar a investir na defesa nacional, crescer e modernizar as nossas capacidades militares e contribuir para o trabalho da NATO na promoção da segurança e da proteção dos nossos cidadãos. Os Aliados da NATO estão a aumentar os seus contributos. Fazemos treinos conjuntos e exercícios complexos, como o Formidable Shield, no qual membros das forças portuguesas, americanas e de outros aliados demonstraram a nossa capacidade de operar lado a lado. Juntos seremos mais fortes e estaremos mais bem equipados para garantir que a NATO continue sendo a salvaguarda da paz e da prosperidade nos próximos 70 anos - e mais ainda.
George Glass é o embaixador dos EUA em Lisboa