A nação não está famosa, mas já esteve bem pior

Publicado a
Atualizado a

A braços com uma crise sanitária, económica e social, é evidente que o estado da Nação não é dos melhores, mas já foi bem pior e não há muito tempo. A 'Idade das Trevas', como ficou conhecido o consulado de Passos Coelho e Paulo Portas, teve, a caracterizá-la, uma austeridade cruel e terrível e um total desprezo pelos direitos humanos, o que fez dela um dos períodos mais negros, quiçá o maior de todos, do nosso Portugal democrático.

Com o debate, marcado para este dia 21, sobre o estado da Nação, convém lembrar, antes do mais, que, independentemente das vicissitudes, que, por vezes, atravessamos, somos uma grande e velha Nação, com quase nove séculos de história!

Portugal é dos países mais antigos da Europa e, com a saga dos Descobrimentos, demos novos mundos ao Mundo. É evidente que a pandemia, um fator exógeno e universal, é a razão maior dos males de que hoje padecemos. Mas, como disse, recentemente, o Presidente Marcelo a parte mais pesada já lá vai.

Se António Costa sofreu o efeito pandémico, que afetou a sua política, Passos Coelho foi vítima da poderosa Alemanha, que o remeteu a total submissão. Costa nada poderia ter feito, mas Passos sim, se tivesse sido mais firme e independente.

O atual primeiro-ministro defendeu-nos muito melhor da pandemia do que o que o precedeu das tentações hegemónicas de Merkel. E apesar da pandemia, temos a Justiça a funcionar em pleno, a Saúde, com o SNS, a responder muito bem, a Educação a fazer o melhor possível, o PRR bem delineado, e, se me permitem a ironia, o bolso dos portugueses intacto!

Tenho sérias dúvidas de que se pudesse dizer o mesmo se fosse o PSD a gerir a crise. A austeridade é, por excelência, uma bandeira da direita e os portugueses, além de doentes, ficariam mais pobres! Triste destino seria o nosso. Costa, honra lhe seja feita, nunca mexeu no bolso dos portugueses, a não ser para o melhorar, com a sua política de distribuição de rendimentos.

O estado da Nação é sempre possível de ser melhorado. Com os fundos estruturais, podemos dar um grande salto, pelo menos idêntico ao que demos com o 25 de Abril e a integração europeia. Portugal, com a superação das crises económica e social e com a pandemia já em grande parte vencida, pode ter um futuro mais risonho.

Como disse Camões, o maior poeta da nossa Nação, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades!

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt