A morte do rei Mohammed V e a subida ao trono de Hassan II em Marrocos

A 27 de fevereiro de 1951, o DN noticiava a morte do rei Mohammed V, avô do atual monarca marroquino, Mohammed VI.
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"Morreu Mohammed V, rei de Marrocos, após uma operação a que foi submetido numa clínica de Rabat", lia-se na primeira página do DN de 27 de fevereiro de 1951, entre uma notícia sobre um evento cultural na Fundação Calouste Gulbenkian e outra sobre a inexistência de surpresas nos jogos para a Taça de Portugal da véspera.

No artigo, ilustrado com as fotos do falecido rei e do seu sucessor, o príncipe herdeiro que subiu ao trono com o nome de Hassan II, contava-se como uma segunda operação após uma "afecção auricular" tinha acabado mal. "A segunda operação (rectificação do cepto nasal) foi praticada no dia 25 de fevereiro na clínica do palácio real, e durou 25 minutos, tendo parecido que sua majestade recebera bem a operação, quando, dez minutos depois, após o fim da intervenção, um colapso cardíaco sofreu. Após três horas, foi verificado ser impossível reanimar o rei", lia-se na primeira página.

A notícia conta depois a reação à notícia em Rabat, com as portas do mechuar (imensa esplanada em volta do palácio real) a serem fechadas e uma multidão a reunir-se em redor. "As mulheres tiraram os véus e arranham a cara, em sinal de luto", lia-se. Dá também conta de que, "impressionado com a notícia, um tio do soberano morreu".

O DN dava também a indicação de que o novo rei, Hassan II, seria investido no dia seguinte. Nascido em Rabat a 9 de julho de 1929, o filho mais velho de Mohammed V era formado em Direito. Ficaria no poder quase 40 anos, morrendo a 23 de julho de 1999, e passando o trono ao filho mais velho, o atual rei Mohammed VI.

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