A memória de Susan Sontag apadrinha o Queer no Porto
O Porto começa, aos poucos, a ganhar um peso de cinema no circuitos dos festivais em Portugal. Primeiro, em dezembro passado, chegou o Porto/Post/Doc, fundamental como evento que se multiplica semanalmente com sessões na Baixa, e, agora, anuncia-se para outubro o Queer Porto, dirigido pela mesma equipa do Queer Lisboa, mas não se pense que é uma extensão. A ideia é este novo festival ter uma identidade própria e um fôlego capaz de mobilizar um público vasto. Tal como em Lisboa, o Queer certamente não vai querer ser apenas um encontro de cinéfilos com a mesma tendência sexual...
Neste Queer Porto 1 - Festival Internacional de Cinema, a Invicta receberá entre 7 e 10 de outubro as tendências mais atuais da cultura queer. Mais do quem em Lisboa, aqui serão postas em diálogo com o cinema outras linguagens artísticas, conseguindo-se assim uma proposta de verdadeiro multiculturalismo.
Quanto a filmes, o DN sabe já que uma das estreias nacionais será De l"ombre il y a, do francês Nathan Nicholovitch. O filme foi exibido na ACID - Associação do Cinema Independente para a sua Difusão, secção paralela ao Festival de Cannes, e aborda a realidade de uma crossdresser francesa que trabalha como prostituta no Camboja. Nicholovitch encena depois uma história de maternidade imprevista numa cidade com alma única.
Outro dos chamarizes deste festival é o documentário Regarding Susan Sontag, de Nancy Kates, um olhar íntimo sobre a memória de Susan Sontag, uma das maiores pensadoras e intelectuais americanas do século XX.