A melhor fruta para o bebé

Os pais de crianças pequenas interrogam-se sobre que frutos dar aos bebés, e nem sempre há acordo nas indicações dadas pelos médicos assistentes.<br />
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A fruta deve ser parte da diversificação desde o primeiro dia: aos 4 meses o bebé pode comer banana, pêra ou maçã esmagada ou ralada, de preferência crua. São as de mais fácil digestão e que têm um sabor provavelmente mais aceite pelo bebé desta idade.
Aos 6 meses introduzem-se outros frutos: pêssego, manga, papaia, meloa, melão, uva, ameixa, etc. As laranjas e restantes citrinos, bem como os morangos, ananás e kiwi, deverão ser dados apenas depois dos 9/12 meses de vida, mesmo em crianças sem risco alérgico especial, porque a probabilidade de desencadearem alergias é maior antes desta idade.
No início da diversificação, a papa de fruta poderá ajudar, quando colocada na ponta da colher, naqueles bebés que fazem bastante resistência ao puré, para «abrir caminho» e permitir que o bebé coma melhor.
Há que gerir os frutos levando também em linha de conta o funcionamento do intestino do bebé. A banana e a maçã «prendem», enquanto papaia, ameixa, meloa, uva e kiwi «soltam». A fruta deve ser dada sem casca, sem caroços e fibras internas (como as da banana), e preferencialmente «ao natural». A maçã, por exemplo, como é mais dura, poderá ter de ser ralada ou cozida, mas a maioria dos frutos podem ser dados de forma natural, esmagando, embora o actual sistema de conservação pelo frio possa torná-los bastante mais duros.
Convém preparar os frutos na altura, porque a exposição ao ar oxida-os e altera o sabor, para além do aspecto, podendo torná-los menos agradáveis. Deve evitar-se a adição de açúcar – tudo é uma questão de hábito, e é perfeitamente natural o bebé estranhar a fruta nas primeiras vezes que come. Juntar açúcar é uma tentação e até pode melhorar a aceitação, mas vai iniciar um hábito indesejável, que é só comer um alimento que já tem açúcar natural (frutose) com outro açúcar que tem efeitos secundários desagradáveis (a sacarose).

Com ou sem casca?

A pele dos frutos tem um alto valor em fibra, pelo que a sua ingestão seria óptima. No entanto, o uso crescente de produtos agrícolas (cada maçã ou pêra é sujeita a mais de uma dúzia de tratamentos, por exemplo), e a apanha precoce dos frutos, faz que alguns destes produtos possam permanecer na pele e, inclusivamente, na polpa que lhe está imediatamente subjacente. Não existe nenhum problema em retirar a pele, especialmente se a criança assim o preferir – e a algumas faz confusão estar a morder a «casca» dos frutos. No entanto, se a criança prefere consumir algum fruto com pele – o que pode ser útil na prevenção da obstipação –, deve sempre lavar-se muito bem e escovar-se cuidadosamente, para eliminar os restos de adubos ou pesticidas que podem encontrar-se no exterior do fruto.


ADOLESCENTES
APROVEITAR AS FÉRIAS PARA ESCREVER
Durante o ano lectivo os jovens passam a maior parte do seu tempo na escola e, excluindo as poucas disciplinas práticas, todas as outras envolvem de alguma forma a escrita, daí a enorme importância que tem neste grupo etário. Mas a escrita não se deve resumir aos estudos.

Mais importante do que essa escrita «obrigatória», são os testemunhos espontâneos, ou seja, aquilo que se escreve por vontade própria, por necessidade quase fisiológica. Essa, sim, é a verdadeira escrita como forma de comunicação, expressão e criatividade. A escrita apresenta, à partida, uma quantidade inigualável de virtudes. À preciosidade que é a linguagem, excelente exemplo do que de mais admirável existe na espécie humana, junta-se a riqueza do estilo e a beleza de uma composição de elementos que a fala não nos permite, já que esta tem uma função mais prática e imediata mas menos ponderada e verdadeira. Na escrita, a forma torna-se tão importante que influencia e altera a interpretação que se dá a um mesmo conteúdo, permitindo, por outro lado, manter uma privacidade que a fala não oferece, por poder ser preservada só para o próprio, seleccionando este quem deve ou não ter acesso ao que escreveu.
Não é por acaso que antes da escrita falamos em Pré-História. A escrita é perene, não estando, como a linguagem falada, à mercê da memória das pessoas que, mais tarde ou mais cedo, se adultera ou mesmo se extingue, e tem uma função dupla: escrever para registar algo que nos pertence exclusivamente ou, por outro lado, para difundir ideias e sentimentos, com um alcance em massa. Os adolescentes passam para o papel as suas ideias magníficas, escrevem revoluções e delineiam projectos – todos parecendo possíveis e imediatos, tal a sua generosidade. Os que mais se dedicam a pensar sobre as coisas da vida fazem ensaios, meditações, registos sentidos, por vezes apaixonados. Em prosa ou poema, ei-los a libertar angústias e medos, ou a celebrar sensações e êxitos.
Não raro, aquele que escreve é tímido, receando tornar-se público devido, em parte, à vulnerabilidade que tal acarreta e ao receio de se expor. Publicar, por muita realização que traga, é renunciar à propriedade do que se fez e permitir que todos sejam donos da dita obra, podendo interpretá-la, criticá-la, louvá-la ou dizimá-la. E se partilhar pode ser um estímulo para fazer mais e melhor, não é menos verdade que pode causar constrangimento. Acresce que podemos querer somente comunicar connosco mesmos, e os registos escritos são, também, uma nostalgia pelo passado.
Contar histórias inventadas é um passatempo que desde pequenos todos gostam de fazer. E se é certo que um conto ou uma história são exercícios de criatividade e fantasia, são igualmente formas de comunicar e de se exprimir. Escrever é um exercício, um prazer, uma arte a que praticamente todos têm acesso e que constitui uma das melhores e maiores formas de comunicação, de partilha de ideias. Escrever é um dos modos mais organizados de expressão – há que analisar, sintetizar, escolher, optar. Combinar a elegância com a eficácia, a musicalidade com a clareza, a arquitectura dos sons com a solidez da mensagem.
Aproveitem o Verão!

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