A maior retrospetiva de sempre de Jeff Koons está em Bilbau
O artista passeou-se entre as suas obras hoje, numa visita destinada aos jornalistas que culminou numa conferência de imprensa. A exposição - Jeff Koons: Retrospetiva - abre esta terça-feira, dia 9, e pode ser vista até 27 de setembro. "Algumas das minhas obras nunca estiveram tão elegantes", disse, citado pela imprensa espanhola.
Organizada pelo Museu Whitney, em Nova Iorque, em colaboração com o Guggenheim Bilbao e o Centro Georges Pompidou, em Paris, a exposição é uma compilação de quase 100 obras de Koons, um dos mais valiosos nomes da arte contemporânea. Os quase 60 milhões de euros pagos por um dos seus Cão-Balão tornaram-no na peça de um artista vivo vendida pelo preço mais alto de sempre. A versão magenta de um desses cães brilhantes, e gigantes, está agora no museu.
O diretor do Gugenheim, Juan Ignacio Vidarte, lembra que Koons é o autor de "Puppy", uma das primeiras peças adquiridas pelo museu e "um ícone muito querido para toda a cidade de Bilbau. "Tão icónica como o próprio edifício", sustentou na apresentação. "É uma retrospetiva completa e coerente que vai permitir ter um melhor entendimento da obra de Jeff Koons, com quem o museu teve uma relação muito próxima e dilatada no tempo", acrescentou.
Scott Rithkopf, do Whitney, e Lucía Agirre, conservadora do museu basco, são os comissários da retrospetiva. "Koons é um dos artistas mais importantes dentro da nossa coleção. Diante do museu não podia estar qualquer obra, que podia ser devorada pelo edifício. "Puppy não só não foi devorado como chegou a um equilíbrio com o edifício de Gehry", defende a especialista do Guggenheim.
O conservador norte-americano sublinha a variedade de temas e materiais trabalhados por Koons. "Percorrer a exposição é como ver vários artistas". Os trabalhos revelam 40 anos da carreira do norte-americano. "Único, incombustível e hiperativo", classifica Scott Rithkopf.
Algumas explicações ficaram por sua conta. O cão-balão de aspeto infantil pode ser "um cavalo de Troia que encerra maldade".
Os meios de comunicação presentes na visita coincidem que Koons não sai do seu discurso. Diz tentar apenas falar de temas importantes para todos. "Tento celebrar um diálogo entre a vida interna e o mundo externo, como podemos enriquecer as nossas vidas e entender a liberdade que todos temos". Dalí, que conheceu quando tinha 18 anos (e a partir de quem criou uma lagosta insuflável), e Velázquez vieram à baila. O artista diz que o inspiraram durante as suas visitas à Europa.
A exposição está organizada cronologicamente: desde que em 1977 deixou Chicago e foi viver em Nova Iorque, onde começou a comprar brinquedos insufláveis, os objetos que viriam a ser a base do seu trabalho, até à atualidade. Ocupa 3500 metros quadrados, mais mil metros quadrados do que a que foi mostrada nos EUA e na capital francesa.
Além do cão metálico gigante e do icónico Puppy, a exposição tem o Popeye e "Made in Heaven", um trabalho polémico de fotos explícitas com a atriz de filmes pornográficos Ciccolina, sua ex-mulher.