À La Carte: um menu leve de moda, sustentabilidade e novos projetos

A 61ª edição da ModaLisboa arranca hoje com desfiles, conversas e exposições até domingo no local que foi a sua casa durante seis anos Pátio da Galé. A programação passa também pelas Carpintarias de São Lázaro.
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Em modo de menu, a 61ª edição da ModaLisboa chega ao Pátio da Galé hoje com as novas coleções de outono/inverno que serão servidas até domingo.

Intitulada de À La Carte , o evento quer, mais uma vez, estimular a moda nacional. Esta edição fá-lo de uma forma mais leve para afastar dos problemas do dia a dia. "Já tocamos em muitas áreas. Desta vez achámos que as notícias estão assustadoras e, por isso, quisemos trazer um tema mais leve. A a comida é aquilo que nos une sempre a todos", afirma Eduarda Abbondanza, diretora da ModaLisboa, em conversa com o DN.

O tema está em todas as áreas de comunicação desta edição, desde a campanha fotográfica à comunicação multimédia. "Reflete-se no convite e em pequenas coisas onde faça sentido. É um nome também que é entendido em todas as línguas. Um termo genérico que significa o que está no menu."

Este ano o evento regressa ao Pátio da Galé, sendo que as últimas duas edições tiveram lugar no Lisboa Social Mitra. O local foi durante seis anos, até 2016, o espaço da ModaLisboa. A mudança de lugar refere-se à necessidade de centralizar o evento. "A nossa estratégia foi sempre de tentar comunicar Lisboa. Esta edição é também mais cómoda e mais familiar. O Pátio da Galé era o único local que apresentava essas características e também é como uma memória doce para nós", acrescenta.

Contudo, o novo espaço é de menor dimensão, obrigando à adaptação do programa. "Tentámos organizar o lado mais central da ModaLisboa aqui no Pátio da Galé e depois temos ações fora." Por exemplo, a presentação dos desfile de Constança Entrudo no seu estúdio e a apresentação do Ivan Hunga Garcia, na Galeria Monumental.

Como entrada, a ModaLisboa arranca no primeiro dia com as típicas fast talks abertas ao público nas Carpintarias de São Lázaro. O público é convidado à reflexão sobre o mundo da moda e a sustentabilidade.

A primeira conversa, com nome de Eat Your Greens, vai debruçar-se sobre a inovação. Já a segunda, chama-se Spill the Tea, explicará como é possível utilizar a própria voz na moda.

Mas a sustentabilidade não está apenas presente nas conversas, de acordo com a organização. Esta é já um dos pilares do evento há vários anos. "No princípio começou ser apenas um assunto, mas há muitas edições que faz parte do próprio evento. Nós não podemos olhar para o futuro sem termos em conta as questões da sustentabilidade. Estamos já numa fase mais desenvolvida do tema ",explicou a diretora da ModaLisboa. O evento tenta reutilizar e reciclar os materiais utilizados e evita o uso de plástico. Ao mesmo tempo está a ser feito um trabalho com os designers para uma carta de princípios sustentáveis, que se encontra em fase de assinaturas.

O Sangue Novo está de regresso com um novo grupo de jovens designers. Dez alunos de moda vão apresentar as suas coleções que serão submetidas à avaliação de um júri. Depois serão selecionados cinco para a próxima fase do concurso que terminará na edição seguinte da ModaLisboa.

Nos desfiles são apresentadas coleções de designers mais novos como Niuka Oliveira aos mais reconhecidos como Nuno Baltazar e Gonçalo Peixoto.

Para além dos desfiles, esta edição conta com um novo projeto: Workstation New Media, nas Carpintarias de São Lázaro. Este é um concurso que junta a moda com tecnologia. Cinco artistas vão expor os seus projetos durante os quatro dias do evento. No primeiro dia o júri irá anunciar o vencedor do prémio de dois mil euros. "Este projeto aborda uma área nova, que é a tecnológica, juntamente com a moda. Esta exposição fez com que algumas empresa fossem investigar os artistas e os contratassem", menciona. Haverá ainda uma conversa sobre os projetos e uma visita guiada no último dia.

Com uma ligação mais direta à sustentabilidade, a ModaLisboa apresenta também o projeto Beat by Be@t. Os designers aliaram-se a empresas para criação de produtos ecológicos. Estes serão apresentados amanhã no Pátio da Galé. "Foi todo um processo com concurso e inscrições. Iremos ver o resultado do primeiro grupo que vai trabalhar em três fases e está é a primeira", sublinha Eduarda Abbondanza.

Haverá ainda a apresentação do documentário Obscuro Domínio, de Daniel Gorjão para a RTP2, que terá a antestreia na ModaLisboa no sábado. Este celebra o centenário do monumental Eugénio de Andrade, e estreia a 14 de outubro.

Na conversa com o DN, Eduarda Abbondanza destaca ainda a festa final do evento que este ano será "num sítio particular". Diferente dos anos anteriores "com tema de sustentabilidade" haverá ainda um elemento-surpresa, que não quis revelar.

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