Anna Politkovskaya ."Quem quer trabalhar como jornalista tem de ser totalmente servil a Putin, caso contrário pode enfrentar a morte, a bala, o veneno ou o julgamento - tudo o que os serviços secretos, os cães de guarda de Putin, acharem mais adequado.".Absolutamente consciente das eventuais implicações das críticas ao regime de Moscovo e à sua política no Cáucaso, Anna Politkovskaya, abatida a tiro no sábado à tarde, escreveu estas palavras num artigo de opinião publicado pelo Guardian no dia 9 de Setembro de 2004. .Nele, a jornalista russa, que se preparava para publicar em Dezembro o livro Putin's War: Life in a Failing Democracry (A Guerra de Putin: A Vida numa Democracia Falhada), acusava o FSB (ex-KGB) de a ter tentado envenenar no voo que a iria levar até Beslan, Ossétia do Norte, onde um comando checheno sequestrara uma escola oito dias antes. .Filha de diplomatas da Ucrânia soviética junto das Nações Unidas, Anna Politkovskaya nasceu em Nova Iorque, em 1958, e estudou jornalismo em Moscovo. Iniciou a sua carreira no jornal Izvestia no início dos anos 90, passou pelo semanário Obshe Gazeta, estando a trabalhar para o Nóvaya Gazeta desde 1999..Cobriu, a partir dessa altura, a guerra na Chechénia e, desde então, criticou a política de normalização levada a cabo pelo Presidente russo Vladimir Putin. Negociadora na tomada de reféns no teatro de Moscovo, em 2002, denunciou várias violações de direitos humanos na Rússia. Autora de vários livros e vencedora de prémios internacionais, Anna Politkovskaya, casada e mãe dois filhos, foi morta aos 48 anos.