No início deste ano foi anunciada a visita dos U2 a Portugal e a mobilização foi quase imediata. Já em Abril de 2004, altura em que o grupo esteve no nosso país para sessões fotográficas, o nervosismo entre os fãs da banda irlandesa era notório. Mas foi quando os bilhetes para o concerto de hoje foram colocados à venda que a euforia se instalou em definitivo. .As notícias que chegavam de fora davam vários exemplos sobre o que poderia acontecer com o concerto de Lisboa. Na Áustria, a actuação de Viena via os seus 55 mil ingressos esgotados em pouco mais de uma hora. Em Barcelona (onde os U2 estiveram no passado dia 7), quatro horas bastaram para que metade do estádio Nou Camp ficasse vendida. Em Portugal, a data de início de venda era ainda desconhecida, mas, mesmo antes da disponibilização dos bilhetes, a promotora do concerto especulava sobre uma segunda data dos U2 em Portugal, pois adivinhava-se um Alvalade XXI esgotado num ápice. .Os bilhetes foram colocados à venda a 25 de Fevereiro, nas lojas Fnac e nas agências Abep e Alvalade. Apenas quatro bilhetes poderiam ser adquiridos por pessoa. As filas começaram na noite de dia 24 e centenas de pessoas acamparam à porta de algumas lojas. A Fnac possuía seis mil bilhetes para venda, mas fora anunciado que, a partir das 14.00 do mesmo dia 25, estariam disponíveis bilhetes na rede multibanco. A BP, patrocinadora oficial do evento, guardava para venda posterior a grande maioria dos bilhetes. .De imediato foram conhecidas as primeiras contrariedades relativas à venda de bilhetes. E a confusão instalou-se. Ao contrário do que chegou a afirmar-se, não era necessário o cartão de cliente Fnac para comprar os ingressos na loja. No multibanco, na primeira noite de vendas, tinham sido disponibilizado muito poucos bilhetes (falou--se em apenas dez). E a BP informava que os "seus" ingressos seriam vendidos apenas a quem possuísse o cartão da gasolineira carregado com 1200 pontos. A polémica estava instalada e vários grupos de fãs chegaram a lançar na Internet uma petição para reclamar junto dos próprios U2. .A BP acabaria por recuar e os bilhetes foram vendidos sem restrições, mas só após muitos terem concretizado despesas avultadas nos postos da empresa. 1 de Março, 16 de Abril e 11 de Junho eram os dias anunciados para a venda dos ingressos. 20 mil, no total, num máximo de quatro por pessoa, adquiríveis em 13 postos do País. .Resultado? Milhares de pessoas em acampamentos nocturnos à espera de um bilhete... Sob o frio das noites de Inverno, de Norte a Sul do País, ilhas inclusive, muitos acamparam à espera de um bilhete. Logo depois surgiram ingressos à venda na Internet por preços entre os 300 e os 1000 euros e anúncios de bilhetes falsos (cerca de 1000, ao que parece, estão em circulação). .O estádio está tecnicamente esgotado. Resta ainda saber o que farão os U2 com os "míticos" 200 bilhetes que lhes são atribuídos por obrigação contratual.