A futilidade da informação
É preciso de facto vir a Portugal para se ficar a saber que o "dia sem calças" já vai na 2.ª edição e existe "em 35 cidades por todo o mundo". Decididamente, estes tipos da Europa lá mais para cima são uns atrasados: nem sequer conhecem a existência desta iniciativa essencial ! A não ser que, decididamente, Portugal tenha uma enorme tendência para copiar sobretudo o que há de fútil. E como as autoridades do País se caracterizam largamente pela falta de autoridade, todas as derivas são permitidas…
É claro que, uma vez mais, os grandes responsáveis destas e de outras derivas são os media. Foram eles que falaram do "dia sem calças" antes, durante e depois, como se de algo importante se tratasse. E sabe-se lá se não terá até havido por aí alguma rádio e, de preferência, alguma televisão para tratar em "directo" este acontecimento capital !
Neste tempo em que vivemos, em que tudo parece valer tudo, a hierarquização dos valores vai-se esboroando. Como se vai esboroando o sentido da hierarquização dos factos de actualidade nas redacções dos jornais (impressos, radiofónicos ou televisivos). Dirão alguns dos responsáveis dessas redacções que o "dia sem calças" constituía um facto de actualidade e que, por isso, tinha de ser levado ao conhecimento do público. Mas desde quando é que os media levam ao conhecimento do público todos os acontecimentos que se produzem num dia?
Desde quando é que a primeira operação de uma redacção não é precisamente a de seleccionar os factos que chegam ao seu conhecimento? E de hierarquizar em seguida os seleccionados, de modo a dar-lhes uma importância diferente em termos de espaço, de tempo e de apresentação? É claro que esta selecção e hierarquização não obedecem à aplicação de uma qualquer fórmula matemática mágica.
Obedecem, sim, em princípio, a uma linha editorial que a redacção e os seus responsáveis conhecem bem. Resta saber se tal linha editorial existe e não confunde futilidades e acontecimentos com reais incidências na vida dos cidadãos…
'Público' compra 'La Voz de Asturias'
O jovem diário de Madrid (lançado em Setembro de 2007) vai tomar o controle do diário regional com uma tiragem de 8128 exemplares, editado até agora pelo Grupo Zeta. Os efectivos do jornal de Oviedo (fundado em 1923) deverão ser previamente reduzidos em 60%. O título será mantido e passará a ser vendido conjuntamente com o Público.
M 6 e NRJ opõem-se à compra de NT 1
Os grupos de audiovisual M 6 (controlado pelo alemão Bertel-smann) e NRJ apelam à Autoridade da Concorrência francesa para que ela se oponha à tomada de controlo da televisão digital terrestre gratuita NT 1 pelo Groupe TF 1 (filial de Bouygues). O Groupe TF 1 detém 33,5 % do AB Groupe, editor de NT 1.
Bolloré vai lançar diário a pagamento
Depois de se ter lançado no sector dos media com diversos diários gratuitos (Direct Mation Plus, Direct Soir), uma rádio (Radio Nouveaux Talents) e uma televisão (Direct 8), o conglomerado industrial francês quer lançar este ano "um diário a pagamento de gama alta (incluindo análises e reflexões)" com um objectivo de difusão de 300 mil exemplares.