A forte presença portuguesa na ARCO Madrid 2016

11 galerias portuguesas participam na edição de 35 anos da feira, que decorre entre os dias 24 e 28. Em maio, uma estreia absoluta: a ARCO muda-se para Lisboa e quer atrair a África lusófona
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É a primeira vez em mais de vinte anos que a feira de arte contemporânea ARCO Madrid não tem um país convidado. Embora tenha, sem destaque, vários. As galerias estrangeiras representam já 72% da arte que pode ser vista entre 24 e 28 de fevereiro na capital espanhola.

Contam-se onze galerias portuguesas entre as 167 participantes, número próximo da média dos anos anteriores (12 em 2015, 13 em 2014 e 11 em 2013). 3+1 Arte Contemporânea, Filomena Soares, Graça Brandão, Baginski, Murias Centeno, Pedro Cera, Vera Cortês, Mario Sequeira ou Quadrado Azul.

Cristina Guerra, a galeria lisboeta que também faz parte do chamado Programa Geral, tem ainda outro lugar nesta 35.ª IFEMA - Feria de Madrid. Faz parte das 33 galerias escolhidas para o programa de aniversário Imaginando otros futuros.

Selecionadas pelas diretoras Maria e Lorena de Corral e pelos comissários Catalina Lozano e Aaron Moulton, estas são galerias que, num ou noutro ano, participaram e marcaram a história da ARCO.

Referindo-se a Portugal, o diretor da ARCO Carlos Urroz, lembrou como muitas "galerias e artistas recordam a ARCO como a sua primeira feira" ou como esta marcou determinantemente a sua carreira. Entre eles, o espanhol lembrou Julião Sarmento.

[citacao:António Cachola recebe prémio pela sua coleção de arte]

Questionado acerca da inexistência de um país convidado, Urroz garantiu que em 2017 este voltará a existir. Porém, não revelou qual será o país, durante a conferência de imprensa em que, esta quarta-feira, apresentava a ARCO 2016.

Outro destaque na participação portuguesa é a distinção do colecionador António Cachola com o prémio "A" al Coleccionismo. "Queríamos reconhecer o seu trabalho", referiu Urroz a propósito do economista português que será galardoado na categoria de colecionismo privado pela coleção que nos últimos 25 anos reuniu 614 obras de 115 artistas, hoje no Museu de Arte Contemporânea de Elvas. Noutras categorias contam-se instituições como os Museus do Qatar ou a coleção coleção Jorge M. Pérez (PAMM Museum Miami).

Apontando "o vínculo Europa e América Latina" como uma das características identitárias da ARCO, Urroz olhou para o passado e presente, lembrando "as crises económicas" que aquela feira de arte, "como outras" atravessou durante a sua existência, e afirmando que "a ARCO está num momento muito bom, de consolidação".

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A ARCO sai pela primeira vez de Madrid

Nunca antes aconteceu. A ARCO terá a sua primeira edição fora da capital espanhola e será Lisboa a recebê-la entre 26 e 29 de maio. 40 galerias, portuguesas e estrangeiras, juntam-se na Cordoaria Nacional.

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Com o apoio da EGEAC (a empresa municipal encarregada da animação cultural), e com um orçamento de 800 mil euros, a ARCO Lisboa espera atrair novos mercados, como o da África lusófona, voltou a lembrar Urroz ao DN.

[citacao:ARCO em conversações com a Fundação Sindika Dokolo]

Questionado acerca de uma possível colaboração com a angolana Fundação Sindika Dokolo, que em janeiro adquiriu a Casa Manoel de Oliveira para fazer desta a sua sede na Europa, o diretor da ARCO confirmou que as duas instituições estão em diálogo, sem, contudo, adiantar possíveis resultados. "Não [estará] como galeria que expõe, mas num diálogo. Para fazer alguma espécie de debate de conteúdo."

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A fundação Sindika Dokolo, presidida pelo marido de Isabel dos Santos, tem uma coleção de arte composta por 3000 obras, entre pinturas, gravuras, fotografias, vídeos e instalações.

Atualizada às 17.40

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