A figura mais marcante da ala esquerda do PPDOs bastidores da música pop

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Após o 25 de Abril de 1974, nos tempos conturbados da Revolução, defendia uma estratégia parecida com a seguida pelo democrata-cristão Aldo Moro, primeiro-ministro italiano, que fez uma aliança com os comunistas. Jorge Sá Borges, um dos fundadores do PPD/PSD, concebia o seu partido em aliança com o Movimento das Forças Armadas e o PCP. Advogado, antigo ministro dos Assuntos Sociais no Governo de Vasco Gonçalves, Jorge Sá Borges morreu sábado no Hospital da Santa Maria, em Lisboa, na sequência de doença prolongada. Foi ontem a enterrar.

É o historiador e antigo ministro José Medeiros Ferreira que compara a estratégia de Jorge Sá Borges à de Aldo Moro, num texto publicado no bichos-carpinteiros.blogspot.com. A estratégia, contudo, ficou pelo caminho: "Foi acusado de submarino, tal era a heterodoxia do plano visto pelos seus companheiros de partido".

Natural do Porto, Sá Borges foi ministro dos Assuntos Sociais no IV Governo Provisório, em 1975, de Vasco Gonçalves. Fez parte do VI e último Governo Provisório, chefiado por Pinheiro de Azevedo. Voltaria ter funções ministeriais, agora com a pasta do Trabalho, no Governo de Maria de Lourdes Pintasilgo. Medeiros Ferreira conheceu-o no Executivo do almirante Pinheiro de Azevedo. "Era um ministro que se pronunciava sobre quase todas as medidas e diplomas". As suas intervenções políticas eram informadas, inteligentes, conciliatórias".

Antigo dirigente estudantil, com intervenção na crise académica de 1962, Sá Borges ajuda a fundar o PPD. Integra a primeira Comissão Política do partido, formada em 24 de Junho de 1974, ao lado, entre outros, de Francisco Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Miguel Veiga e Mota Pinto. Abandona o partido, no mês de Dezembro do ano seguinte, em ruptura com Sá Carneiro, vindo a criar a Associação Democrata Independente (ASDI), com Magalhães Mota e Sousa Franco.

Para Miguel Veiga, o antigo dirigente estudantil, "vindo do catolicismo progressista, era a figura mais destacada da tendência esquerdizante do PPD". Por esse motivo, desde a primeira hora, "foi olhado de soslaio pela sensibilidade direitista e mais conservadora" do partido. "Muito inteligente", Sá Borges, refere ainda Miguel Veiga, "era um político premeditado, seriamente comprometido ".

F.M.

Registo documental dos bastidores daqueles que seriam os concertos de despedida do "Rei da Pop", combinando momentos de ensaio com elementos de reportagem: contornando os clichés do making of musical, o filme dirigido por Kenny Ortega (também coreógrafo) tem a vantagem de evitar também a mera reprodução das imagens de marca de Michael Jackson. Este é, de facto, um filme sobre o trabalho, seus precalços, atribulações e alegrias.

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