A fiel mulher das mãos de fada

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Tem 54 anos, 24 dos quais dedicados à RTP. Sempre no Porto, cidade onde nasceu. O cabelo bem arranjado, o porte elegante não enganam. Ana Mimosa é, há dez anos, caracterizadora da Praça da Alegria. E fá-lo com evidente prazer.

"Querem conversar comigo? Ai, meu Deus!", é a primeira exclamação. Quando vê a máquina fotográfica, nova interrogação. Leva a mão ao peito e pergunta "Com fotografias e tudo?" Que sim, respondemos-lhe. Maquinalmente, quase sem se aperceber, leva a mão ao cabelo, como que a colocar no lugar um cabelo descaído. Alisa a vestimenta, compõe o colar verde. "Vamos para aquela salinha que estamos mais à vontade", diz.

Aquele é o seu território. "Já passaram pelas minhas mãos muitos convidados. Não digo todos, porque já estiveram cá outras colegas, que já cá não estão. Eu sou a resistente", atira, ostentando um indisfarçável sorriso de orgulho.

Entre personalidades conhecidas e gente anónima, já viu de tudo. E não faz distinções. "Eu tenho um hábito, que é conversar com as pessoas com quem estou a trabalhar. Portanto, não consigo fazer distinções. Para mim, tanto é importante a pessoa mais humilde como a mais famosa. E olhe que já passaram por aqui muitos políticos."

A história da Praça sabe-a toda. Tintim por tintim. E não esconde um carinho especial pelos seus meninos, leia-se os apresentadores do programa. "Tem sido óptimo trabalhar com todos", desde a Anabela Mota Ribeiro à Sónia Araújo, da Tânia Ribas de Oliveira a Hélder Reis, até Jorge Gabriel e... claro, Goucha.

"Tenho muitas saudades do Manuel Luís. Para além de ser um grande profissional, é um grande amigo. Senti muito a saída dele aqui do Porto", admite.

Para que não surjam dúvidas na cabeça do repórter, Ana Mimosa continua, sem se deter. Por esta altura, a timidez inicial já passou. Ela já é a dona do jogo. "O Jorge e a Sónia são excelentes. E o Hélder. São pessoas muito acessíveis, todos muito queridos."

Só Picolé, a "palhaça" que desde 2002 colabora com a Praça, não passa pelas suas mãos de fada. "Não, ela já vem assim. Só no final é que passa por aqui, para uma massagem final, uns miminhos", diz.

A pergunta é quase escusada, porque o olhar não engana. "É feliz?" A resposta não surpreende "Sou muito feliz, adoro a minha profissão. Mas não tem só a ver com o trabalho, como caracterizadora e maquilhadora, mas também por causa do relacionquase familiar. Isso para mim é muito importante. O relacionamento humano é muito rico. Todos os dias acordo cheia de vontade de vir para a Praça", conclui, serena.

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