A estrela da Globo que se isolou do mundo

Ana Paula Arósio, estrela de televisão de 39 anos, vive reclusa numa quinta a 250 quilómetros de São Paulo desde 2010. Já cancelou participações em novelas e fugiu de gravações de filmes.
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O filme A Floresta Que Se Move, uma adaptação livre do clássico Macbeth assinada pelo realizador Vinícius Coimbra, tem pré-estreia marcada para o Festival do Rio de Janeiro, em outubro. Esta notícia mereceria um canto de página na imprensa brasileira. No entanto é manchete de revistas de celebridades e de suplementos de cultura de jornais. Porquê? Porque, acrescentou o realizador, a protagonista Ana Paula Arósio estará no Rio a promover o seu último trabalho.

A mesma imprensa que destaca a notícia tem razões para duvidar dela. Já em novembro do ano passado, Arósio, que soma 20 trabalhos em televisão, entre eles a série Hilda Furacão, que a tornou famosa, sete filmes, cinco peças de teatro e seis prémios, gravou um spot de nove segundos no Fantástico, um dos principais programas da TV Globo, a anunciar o seu regresso ao trabalho no filme de Coimbra. Depois, o realizador passou meses sem conseguir falar com a atriz. "O assédio foi forte de mais e ela isolou-se", explicou à imprensa.

Quatro anos antes, a TV Globo começou a gravar cenas da telenovela Insensato Coração com Arósio como protagonista. À última hora, ela cancelou o contrato, que duraria até este ano, e eclipsou-se. Ficou reclusa cinco anos até aparecer no tal spot do Fantástico e se recolher novamente.

Antes, indignara o realizador italiano Alberto Rondalli, ao recusar--se a concluir as filmagens de Anita e Garibaldi, película cujas gravações começaram em 2006 mas que por causa desse contratempo só foi exibida em 2013. "Foi uma tragédia para o filme, de um dia para o outro ela passa da pessoa mais doce para a pessoa mais inacessível, diz que algo ou alguém a impede de fazer tudo que ela quer." Aparecerá Arósio no Festival do Rio em outubro? É por estas e por outras que a imprensa duvida.

Psicólogos ouvidos ao longo dos anos pelos jornais brasileiros comparam o mistério em torno de Ana Paulo Arósio, nascida em São Paulo há 39 anos, ao que rondava Greta Garbo, a atriz sueca que viveu quase toda a vida longe dos holofotes, de costas para os media.

Arósio começou como modelo aos 12 anos, carreira que a levou a morar no Japão dos 15 aos 18. E aos 20 conseguiu o primeiro papel na Globo. Por essa altura, sofreu um choque terrível: o noivo Luiz Tjurs, de 29 anos, suicidou-se na sua frente com um tiro na boca. Relatam os jornais da época que enquanto prestava depoimento à polícia a atriz desmaiou três vezes.

Nos anos seguintes, contam amigos, passou por fases de alheamento, tornou-se DJ na noite alternativa e na rota LGBT paulistanas, acumulou relacionamentos amorosos com atores, empresários, fotógrafos e desportistas. Até se casar, aos 29 anos, com o arquiteto Henrique Pinheiro, numa cerimónia privada. A partir daí vive reclusa numa quinta com cavalos, 250 quilómetros a norte de São Paulo. É apenas vista em fotografias de paparazzi que a seguem em exclusivo, ora a colocar gasolina no carro ora a fazer compras numa drogaria perto da sua quinta. Nada mais. Fotos exclusivas dela, asseguram os sites especializados, atraem em média seis vezes mais internautas do que as de outras celebridades.

Depois de romper contrato com a Globo, recusou, segundo foi divulgado nos jornais, cerca de 300 mil euros de salário na concorrente Record, e evita como pode aparecer em público. Aparecerá no Festival do Rio em outubro? Há mais razões para duvidar do que para acreditar.

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