A empresária que caiu no conto do "playboy"
Uma mulher de 58 anos, empresária a viver no Grande Porto, foi vítima de um esquema de burla que envolveu um falso milionário, o amigo deste - por quem se apaixonou - e um terceiro cúmplice, falsificador de documentos. A Polícia Judiciária do Porto estima que a empresária, dona de lojas de vestuário e de restaurantes, tenha sido lesada em mais de 50 mil euros. Pagou várias alegadas viagens à Suíça com estada em hotéis de cinco estrelas aos dois homens. Dinheiro que a dupla e alegados burlões gastaram não tendo ido uma única vez à Suíça. Foi também lesada quando emprestou um Mercedes LSK aos dois sem imaginar que o iriam vender em seu nome - com uma declaração de venda e a sua assinatura falsificadas - a um terceiro cúmplice. Este, um homem de 55 anos que terá falsificado o documento, obteve um crédito de 13 mil euros no banco para comprar o carro, soube o DN junto de fonte da PJ.
A falsa fortuna de 300 milhões
O falso milionário conheceu a empresária portuense no final do ano passado. Contou-lhe então ser familiar próximo dos donos do Casino Solverde, de Espinho, e que precisava de ir a Zurique várias vezes para desbloquear a burocracia necessária para ter acesso a uma conta de 300 milhões de euros. Dinheiro de heranças e problemas legais, justificava o pretenso herdeiro, sempre com a ajuda de um amigo próximo, um homem de 44 anos, por quem a empresária se enamorou. Seduzida, a mulher acedeu em ajudar o amigo do novo namorado, prontificando-se a pagar alegadas viagens de avião e estadas luxuosas em Zurique aos dois homens.
Mais tarde, a dupla de alegados burlões conseguiu também convencer a empresária a emprestar-lhes um Mercedes SLK. Esse carro topo de gama foi aproveitado pelos suspeitos para mais um esquema, com a ajuda de um cúmplice, alegado falsificador de documentos.
Detido no aeroporto
Os três homens foram detidos na terça-feira. Um deles, o falso milionário, no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, com as malas prontas para fugir para o Brasil. A detenção dos outros dois cúmplices ocorreu também nesse dia. Os três tinham antecedentes criminais e ontem iriam ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação. Em causa, estão os crimes de falsificação e burla qualificada.
A empresária estava a delapidar o seu património para ajudar o amante e o falso amigo milionário desde finais de 2015. Mas só quando os inspetores da Polícia Judiciária lhe contaram, esta semana, os alegados esquemas de burla de que foi vítima é que a mulher percebeu que viveu uma mentira com o amante. Estaria a viver a ilusão de uma vida renovada com um namorado novo. Encantada, não terá prestado atenção aos detalhes. E nunca exigiu ir com os dois numa das alegadas viagens à Suíça