É precisamente esta a primeira pergunta que faz a novos clientes: "Quer "topless" ou nudez?" O arrojo de limpar a casa de terceiros apenas com luvas e nada mais a cobrir o corpo resultou, pois Wendy Racquet, que antes da crise limpava seis casas por dia, conseguiu recuperar o negócio. "Tiro a minha roupa e simplesmente começo a limpar", explica à Fox Wendy Racquet, que já limpa casas há três anos, mas que antes teve tempo de aprender a desinibir-se: esta mãe de dois adolescentes já foi "stripper" e a própria admite que mesmo no negócio das limpezas sempre foi "um pouco exibicionista". E o exibicionismo é correspondido: a sua lista de clientes inclui homens (o mais velho tem 95 anos), casais e até mulheres, e o que mais gostam é ver Wendy Racquet limpar a banheira. "Penso que é por tudo isto ser uma novidade", considera a empresária, que cobra por metro quadrado limpo e não deixa que os clientes lhe toquem (nenhum a importunou até agora, diz), apenas permite que olhem. Brasileiras irritadas Mesmo em condições favoráveis, a concorrência não iria gostar da ousadia de Wendy Racquet. Num cenário de crise, a "ex-stripper" causou ainda mais irritação. Num dos blogs do jornal "O Globo" - Brasil com Z, como os brasileiros vivem o sonho americano - o repórter Eduardo de Oliveira conta como as empregadas de limpeza brasileiras reagiram. "Essa mulher está a acabar com a nossa imagem," disse uma ouvinte à rádio WSRO, onde Eduardo de Oliveira é colaborador. "Uma coisa é verdade: essa mulher é económica. Porque limpar a casa suja muita roupa. Mas a casa dos clientes merece respeito. Não devemos deixar que manchem a nossa moral," disse outra brasileira. "Hoje em dia, para ganhar dinheiro as pessoas são capazes de fazer qualquer coisa", lamentou ainda outra ouvinte.