A Dupla Vida de Véronique

Para redescobrir a obra de Kieslowski
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Num contexto em que, para lá de todos os crónicos desequilíbrios da exibição cinematográfica, as reposições de filmes mais ou menos "antigos" voltaram a ser uma opção regular do mercado, eis uma oportunidade de ouro: o reencontro com os quatro títulos finais da filmografia do polaco Krzysztof Kieslowski (incluindo a célebre e fascinante "Trilogia das Cores").

Centrado na existência paralela de Weronica e Véronique - com Irène Jacob numa delicada e comovente duplicidade - A Dupla Vida de Véronique (1991) relança os temas obsessivos da graça e da redenção, central no trabalho anterior do cineasta, a série televisiva Decálogo (1989-1990), apostada em "ilustrar" o texto dos Dez Mandamentos.

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Quase um quarto de século depois, esta dupla vida impõe-se como um objecto admiravelmente actual, projectando-nos num território marcado pelas convulsões do sagrado através de um realismo à flor da pele, sensual e encantatório. Paradoxal ou não um dos grandes acontecimentos do Natal cinematográfico é este reencontro com a obra de Kieslowski.

Classificação: *****

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