A desintegração da Jugoslávia aconteceu durante a maior guerra na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Da perspetiva de hoje, essa guerra não deveria ter acontecido, mas aconteceu. E foi violenta..Durante décadas, a Jugoslávia manteve-se, sob o domínio comunista, num equilíbrio bem-sucedido entre os dois blocos políticos, militares e económicos opostos. A política independente do presidente Tito encontrou um nicho para a Jugoslávia entre as duas superpotências, ambas suficientemente felizes para não deixarem o país cair nas mãos da outra. A nível internacional, a Jugoslávia teve uma grande influência, especialmente durante o processo de libertação do terceiro mundo do colonialismo, apoiando abertamente muitos movimentos de libertação antes de eles conquistarem a independência..A nível económico, isso abriu muitos novos mercados para as empresas jugoslavas, especialmente na construção, o que possibilitou aos jugoslavos terem um padrão de vida decente juntamente com as linhas de crédito ocidentais, que nunca foram pagas. Consequentemente, vista de fora, parecia uma história de sucesso, que poderia facilmente levar a Jugoslávia para a União Europeia (UE) quando fosse chegado o momento. Infelizmente isso não aconteceu..O problema já não vinha de fora, estava em combustão interna, devido ao sistema federativo frouxo, dependente apenas da força do partido comunista, que mantinha todos unidos. Esse sistema funcionou enquanto o partido teve o poder nas mãos. Isso não teve nada que ver com a democracia, e toda a situação no país por vezes parecia democrática e por vezes não, dependendo de com o que se comparava. O principal elemento da coesão estava na pertença dos líderes das seis repúblicas e das duas províncias autónomas ao partido comunista, que foi capaz de ditar diretrizes suficientes para manter tudo a funcionar. Depois veio a queda do Muro de Berlim e a desintegração da URSS..Os líderes comunistas na Jugoslávia não estavam preparados para isso. Tito já não existia, a Presidência não era um órgão funcional para tomar decisões (cada república e cada província delegavam um representante) e o sistema coletivo nunca tinha sequer começado a funcionar. Todos os problemas no desenvolvimento nacional, religioso e económico das repúblicas e das províncias vieram à tona, primeiro de maneira fragmentada e depois com toda a força. Os que os trouxeram com eles perceberam que não havia poder que pudesse impedir a chegada dos tempos tempestuosos que se adivinhavam no horizonte..A Eslovénia e a Croácia eram as partes economicamente mais desenvolvidas da Jugoslávia. Eles são católicos. A Bósnia e Herzegovina era uma mistura de bósnios (muçulmanos), sérvios (cristãos ortodoxos) e croatas (católicos), sem que ninguém tivesse a maioria plena. A Sérvia era a maior e era cristã ortodoxa, o Montenegro, a menor e também cristã ortodoxa, e a Macedónia, igualmente cristã ortodoxa, mas com um idioma diferente, como a Eslovénia. O Kosovo e Metóquia eram predominantemente albaneses (muçulmanos) e a Voivodina era composta por uma maioria de sérvios e várias minorias (principalmente católicas)..Não foram apenas as diferenças económicas que levaram o país a uma guerra civil, mas contribuíram decididamente para isso. Foi a incapacidade de transformar a velha metade comunista, e a outra metade de sabe-se lá que tipo de sistema, que não foi desenvolvido para que se tornasse um verdadeiro sistema democrático. O nacionalismo, como consequência natural dos tempos instáveis, era fácil de usar para pôr os jugoslavos uns contra os outros. O cenário estava montado para a guerra e para a intervenção de potências estrangeiras. Não se deve subestimar nenhum desses elementos, mas todos foram necessários para que a guerra acontecesse e, claro, para o apoio que todos receberam do exterior. A história ainda não esclareceu os factos relativos às origens e às consequências da violenta guerra pela qual a Jugoslávia passou, mas fá-lo-á com o tempo. Para este tipo de conflitos, é preciso muito mais tempo para avaliar corretamente o que realmente aconteceu e quem deve assumir total responsabilidade pelas consequências..Se alguém tentar analisar o resultado da guerra, terá sérios problemas para entender por que a guerra passava de uma república ou de uma província (Kosovo) para outra e não acontecia ao mesmo tempo em todos os lugares. A violência espalhava-se como uma doença, mostrando ao mundo inteiro que um sistema, baseado em diretrizes centrais, não poderia ser substituído de um dia para o outro por um sistema democrático. Ele teve de passar por um certo período populista, que estabeleceu bases extremamente boas para todos aqueles que acreditavam que a sua nação ou a sua religião era suprimida na Jugoslávia. A base disso estava apenas nas diferenças em comparação com as outras nações jugoslavas e não nas semelhanças. Era, decididamente, a coisa mais fácil a fazer, apontar o dedo aos outros como os únicos responsáveis por todos os problemas que os jugoslavos enfrentavam..O fracasso no verdadeiro estabelecimento de uma nacionalidade jugoslava foi monumental. Todos aqueles que acreditavam que o povo da Jugoslávia poderia ser transformado em cidadãos jugoslavos mudaram de opinião ou permaneceram uma minoria minúscula, que desapareceria com o tempo. Casamentos mistos foram desfeitos, algumas famílias também..O caso dos sérvios foi, em todos os sentidos, muito significativo para entender pelo menos uma parte dos acontecimentos. Eles vivem na Sérvia, como a maior nação da ex-Jugoslávia. Mas eles também vivem na Croácia, na Bósnia e Herzegovina, no Montenegro e na Macedónia. Muitos deles responderam ao apelo da liderança sérvia na época para se levantarem contra as autoridades locais com o objetivo de permanecerem numa espécie de Jugoslávia, em vez de se tornarem parte dos novos estados independentes onde viviam..A resposta da comunidade internacional foi pragmática, como de costume. Se as nações ou as repúblicas jugoslavas não quiserem ficar juntas, devem separar-se pacificamente. Todos aqueles que vivem dentro de uma república tornar-se-ão seus cidadãos de acordo com o direito internacional e não haverá mudanças territoriais, porque estas poderiam levar os jugoslavos a um conflito violento. Parte dessa posição geral, a comunidade internacional liderada pelos EUA, decidiu que a separação da província do Kosovo da Sérvia era justificada, tendo em mente que a maioria da população é albanesa. No entanto, havia um grande número de sérvios também. De acordo com esta posição, não havia lugar para reivindicações sérvias em relação ao seu povo que vivia noutras repúblicas jugoslavas. A posição internacional da Sérvia caiu tão baixo que permitiu à NATO bombardear os sérvios na Bósnia e Herzegovina e na Sérvia propriamente dita (não apenas na província do Kosovo). Além disso, deu antes luz verde à Croácia para uma resolução militar do conflito no seu território..Como resultado, o número de pessoas deslocadas no território da ex-Jugoslávia é enorme. Muitas delas perderam as suas propriedades, deixaram as suas casas sem nada levarem e começaram a sua nova vida a partir do zero. Esta não é uma sina apenas sérvia, aconteceu também com vários croatas e bósnios..A reação do Conselho de Segurança da ONU não foi muito útil. Foi instituído o Tribunal Internacional para a ex-Jugoslávia para julgar os autores de crimes de guerra. Para fazer isso, como alegavam, as nações precisavam de ser separadas daqueles que cometeram crimes em seu nome. Várias pessoas foram condenadas a prisão duradoura, mas hoje é óbvio que a tarefa era grande de mais para aquela instituição apenas. O que aconteceu foi que a acusação do tribunal usou todos os seus recursos para perseguir os criminosos de guerra mais famosos e alguns casos contra outros não foram adequadamente preparados. Isso deu razão aos críticos do trabalho do tribunal ao rejeitarem a sua existência como ferramenta de reconciliação e justiça. Além disso, o fim do trabalho do tribunal com os novos casos não foi seguido pelo aumento do trabalho dos tribunais locais na ex-Jugoslávia, que deviam continuar a acusar criminosos de guerra..Toda a situação levou ao topo muitos políticos novos, que não hesitaram em usar métodos populistas clássicos para governar. Algumas das ex-repúblicas jugoslavas conseguiram introduzir um sistema político totalmente democrático, outras ainda não. Muitos sérvios da Croácia, da Bósnia e Herzegovina e também do Kosovo vivem hoje na Sérvia. Muitos croatas da Bósnia e Herzegovina vivem na Croácia ou noutras partes da Bósnia e Herzegovina. Este é decididamente o pior resultado da guerra. Eles não esquecerão o seu triste destino e os seus filhos crescerão a ouvir as histórias de crimes cometidos por outras nações. A aceitação da Eslovénia e da Croácia na UE não contribuiu para melhores relações entre os países jugoslavos. Como todas as repúblicas não entraram (ou não puderam entrar) na UE juntas, o povo da ex-Jugoslávia tornou-se desigual do ponto de vista internacional e assim permanecerá até que todos entrem. Aqui chegamos ao objetivo final..A saga jugoslava não estará terminada até que todas as antigas repúblicas jugoslavas entrem na União Europeia. Isso é óbvio, espero que até para os líderes da UE e para os políticos europeus mais influentes, mas existem alguns obstáculos sérios. Se os países europeus não conseguirem esclarecer junto do seu próprio povo que os Balcãs Ocidentais não podem ser simplesmente deixados fora da UE, a crise jugoslava (e também a crise europeia) continuará acesa. A tarefa é enorme, muito difícil e politicamente arriscada, mas não há outra maneira de dizer definitivamente adeus aos conflitos militares na Europa e às suas consequências..Antigo embaixador da Sérvia em Portugal e investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE
A desintegração da Jugoslávia aconteceu durante a maior guerra na Europa após a Segunda Guerra Mundial. Da perspetiva de hoje, essa guerra não deveria ter acontecido, mas aconteceu. E foi violenta..Durante décadas, a Jugoslávia manteve-se, sob o domínio comunista, num equilíbrio bem-sucedido entre os dois blocos políticos, militares e económicos opostos. A política independente do presidente Tito encontrou um nicho para a Jugoslávia entre as duas superpotências, ambas suficientemente felizes para não deixarem o país cair nas mãos da outra. A nível internacional, a Jugoslávia teve uma grande influência, especialmente durante o processo de libertação do terceiro mundo do colonialismo, apoiando abertamente muitos movimentos de libertação antes de eles conquistarem a independência..A nível económico, isso abriu muitos novos mercados para as empresas jugoslavas, especialmente na construção, o que possibilitou aos jugoslavos terem um padrão de vida decente juntamente com as linhas de crédito ocidentais, que nunca foram pagas. Consequentemente, vista de fora, parecia uma história de sucesso, que poderia facilmente levar a Jugoslávia para a União Europeia (UE) quando fosse chegado o momento. Infelizmente isso não aconteceu..O problema já não vinha de fora, estava em combustão interna, devido ao sistema federativo frouxo, dependente apenas da força do partido comunista, que mantinha todos unidos. Esse sistema funcionou enquanto o partido teve o poder nas mãos. Isso não teve nada que ver com a democracia, e toda a situação no país por vezes parecia democrática e por vezes não, dependendo de com o que se comparava. O principal elemento da coesão estava na pertença dos líderes das seis repúblicas e das duas províncias autónomas ao partido comunista, que foi capaz de ditar diretrizes suficientes para manter tudo a funcionar. Depois veio a queda do Muro de Berlim e a desintegração da URSS..Os líderes comunistas na Jugoslávia não estavam preparados para isso. Tito já não existia, a Presidência não era um órgão funcional para tomar decisões (cada república e cada província delegavam um representante) e o sistema coletivo nunca tinha sequer começado a funcionar. Todos os problemas no desenvolvimento nacional, religioso e económico das repúblicas e das províncias vieram à tona, primeiro de maneira fragmentada e depois com toda a força. Os que os trouxeram com eles perceberam que não havia poder que pudesse impedir a chegada dos tempos tempestuosos que se adivinhavam no horizonte..A Eslovénia e a Croácia eram as partes economicamente mais desenvolvidas da Jugoslávia. Eles são católicos. A Bósnia e Herzegovina era uma mistura de bósnios (muçulmanos), sérvios (cristãos ortodoxos) e croatas (católicos), sem que ninguém tivesse a maioria plena. A Sérvia era a maior e era cristã ortodoxa, o Montenegro, a menor e também cristã ortodoxa, e a Macedónia, igualmente cristã ortodoxa, mas com um idioma diferente, como a Eslovénia. O Kosovo e Metóquia eram predominantemente albaneses (muçulmanos) e a Voivodina era composta por uma maioria de sérvios e várias minorias (principalmente católicas)..Não foram apenas as diferenças económicas que levaram o país a uma guerra civil, mas contribuíram decididamente para isso. Foi a incapacidade de transformar a velha metade comunista, e a outra metade de sabe-se lá que tipo de sistema, que não foi desenvolvido para que se tornasse um verdadeiro sistema democrático. O nacionalismo, como consequência natural dos tempos instáveis, era fácil de usar para pôr os jugoslavos uns contra os outros. O cenário estava montado para a guerra e para a intervenção de potências estrangeiras. Não se deve subestimar nenhum desses elementos, mas todos foram necessários para que a guerra acontecesse e, claro, para o apoio que todos receberam do exterior. A história ainda não esclareceu os factos relativos às origens e às consequências da violenta guerra pela qual a Jugoslávia passou, mas fá-lo-á com o tempo. Para este tipo de conflitos, é preciso muito mais tempo para avaliar corretamente o que realmente aconteceu e quem deve assumir total responsabilidade pelas consequências..Se alguém tentar analisar o resultado da guerra, terá sérios problemas para entender por que a guerra passava de uma república ou de uma província (Kosovo) para outra e não acontecia ao mesmo tempo em todos os lugares. A violência espalhava-se como uma doença, mostrando ao mundo inteiro que um sistema, baseado em diretrizes centrais, não poderia ser substituído de um dia para o outro por um sistema democrático. Ele teve de passar por um certo período populista, que estabeleceu bases extremamente boas para todos aqueles que acreditavam que a sua nação ou a sua religião era suprimida na Jugoslávia. A base disso estava apenas nas diferenças em comparação com as outras nações jugoslavas e não nas semelhanças. Era, decididamente, a coisa mais fácil a fazer, apontar o dedo aos outros como os únicos responsáveis por todos os problemas que os jugoslavos enfrentavam..O fracasso no verdadeiro estabelecimento de uma nacionalidade jugoslava foi monumental. Todos aqueles que acreditavam que o povo da Jugoslávia poderia ser transformado em cidadãos jugoslavos mudaram de opinião ou permaneceram uma minoria minúscula, que desapareceria com o tempo. Casamentos mistos foram desfeitos, algumas famílias também..O caso dos sérvios foi, em todos os sentidos, muito significativo para entender pelo menos uma parte dos acontecimentos. Eles vivem na Sérvia, como a maior nação da ex-Jugoslávia. Mas eles também vivem na Croácia, na Bósnia e Herzegovina, no Montenegro e na Macedónia. Muitos deles responderam ao apelo da liderança sérvia na época para se levantarem contra as autoridades locais com o objetivo de permanecerem numa espécie de Jugoslávia, em vez de se tornarem parte dos novos estados independentes onde viviam..A resposta da comunidade internacional foi pragmática, como de costume. Se as nações ou as repúblicas jugoslavas não quiserem ficar juntas, devem separar-se pacificamente. Todos aqueles que vivem dentro de uma república tornar-se-ão seus cidadãos de acordo com o direito internacional e não haverá mudanças territoriais, porque estas poderiam levar os jugoslavos a um conflito violento. Parte dessa posição geral, a comunidade internacional liderada pelos EUA, decidiu que a separação da província do Kosovo da Sérvia era justificada, tendo em mente que a maioria da população é albanesa. No entanto, havia um grande número de sérvios também. De acordo com esta posição, não havia lugar para reivindicações sérvias em relação ao seu povo que vivia noutras repúblicas jugoslavas. A posição internacional da Sérvia caiu tão baixo que permitiu à NATO bombardear os sérvios na Bósnia e Herzegovina e na Sérvia propriamente dita (não apenas na província do Kosovo). Além disso, deu antes luz verde à Croácia para uma resolução militar do conflito no seu território..Como resultado, o número de pessoas deslocadas no território da ex-Jugoslávia é enorme. Muitas delas perderam as suas propriedades, deixaram as suas casas sem nada levarem e começaram a sua nova vida a partir do zero. Esta não é uma sina apenas sérvia, aconteceu também com vários croatas e bósnios..A reação do Conselho de Segurança da ONU não foi muito útil. Foi instituído o Tribunal Internacional para a ex-Jugoslávia para julgar os autores de crimes de guerra. Para fazer isso, como alegavam, as nações precisavam de ser separadas daqueles que cometeram crimes em seu nome. Várias pessoas foram condenadas a prisão duradoura, mas hoje é óbvio que a tarefa era grande de mais para aquela instituição apenas. O que aconteceu foi que a acusação do tribunal usou todos os seus recursos para perseguir os criminosos de guerra mais famosos e alguns casos contra outros não foram adequadamente preparados. Isso deu razão aos críticos do trabalho do tribunal ao rejeitarem a sua existência como ferramenta de reconciliação e justiça. Além disso, o fim do trabalho do tribunal com os novos casos não foi seguido pelo aumento do trabalho dos tribunais locais na ex-Jugoslávia, que deviam continuar a acusar criminosos de guerra..Toda a situação levou ao topo muitos políticos novos, que não hesitaram em usar métodos populistas clássicos para governar. Algumas das ex-repúblicas jugoslavas conseguiram introduzir um sistema político totalmente democrático, outras ainda não. Muitos sérvios da Croácia, da Bósnia e Herzegovina e também do Kosovo vivem hoje na Sérvia. Muitos croatas da Bósnia e Herzegovina vivem na Croácia ou noutras partes da Bósnia e Herzegovina. Este é decididamente o pior resultado da guerra. Eles não esquecerão o seu triste destino e os seus filhos crescerão a ouvir as histórias de crimes cometidos por outras nações. A aceitação da Eslovénia e da Croácia na UE não contribuiu para melhores relações entre os países jugoslavos. Como todas as repúblicas não entraram (ou não puderam entrar) na UE juntas, o povo da ex-Jugoslávia tornou-se desigual do ponto de vista internacional e assim permanecerá até que todos entrem. Aqui chegamos ao objetivo final..A saga jugoslava não estará terminada até que todas as antigas repúblicas jugoslavas entrem na União Europeia. Isso é óbvio, espero que até para os líderes da UE e para os políticos europeus mais influentes, mas existem alguns obstáculos sérios. Se os países europeus não conseguirem esclarecer junto do seu próprio povo que os Balcãs Ocidentais não podem ser simplesmente deixados fora da UE, a crise jugoslava (e também a crise europeia) continuará acesa. A tarefa é enorme, muito difícil e politicamente arriscada, mas não há outra maneira de dizer definitivamente adeus aos conflitos militares na Europa e às suas consequências..Antigo embaixador da Sérvia em Portugal e investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE