A caminho dos 60 anos, Louis Armstrong era uma lenda viva quando chegou ao aeroporto de Lisboa, onde iria atuar no dia seguinte, 1 de março de 1961, mas não mereceu mais do que algumas linhas na página 8 e a foto que aqui se reproduz, onde está acompanhado de Lucille Wilson, a sua quarta e última mulher..A nota referia que o "famoso músico de cor" de Nova Orleães tinha sido "amável" para com os jornalistas e que falara com carinho da visita recente a Moçambique. No dia seguinte, rodeada de notícias de acidentes, outra pequena nota, não assinada, faz a recensão de quem assistiu a "largos momentos de entusiasmo frenético" e ficou rendido a um dos dois espetáculos do músico e do seu conjunto no Teatro Monumental.."A trompete mágica de Armstrong e a voz tão peculiar do cantor e a sua poderosa força expressiva são polos atrativos de tal força que ora subjugam ora empolgam: o virtuosismo do instrumentista, a intensidade do intérprete vocal, a magia do criador - St. Louis Blues, Little Joe são marcos - o poder inventivo e de improvisação aliados a uma irradiante fantasia, fizeram de "Satchmo" uma figura lendária", lia-se. Um "êxito completo e uma festa do jazz, como é sempre com Armstrong", concluía o crítico do DN.