A "campanha do coração" só precisa de três carros para ganhar à primeira volta

Marcelo atira farpas a Sampaio da Nóvoa e diz que portugueses rejeitam "experimentalismos" em Belém com quem não tem "história política"
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Marcelo, a fazer lembrar Guterres, anunciou esta tarde em Coimbra que fará a "campanha do coração", recuperando uma parte do slogan do antigo primeiro-ministro socialista ("razão e coração"). O candidato presidencial garantiu, como já tinha feito quando lançou a candidatura, que terá uma "Presidência de afetos".

Lembrando a forma familiar como se apresenta aos portugueses, Marcelo lembrou que, no fundo, a sua campanha são "três veículos automóveis a percorrer as estradas de Portugal. Foi assim e será assim quando estiver em Belém". Marcelo acredita que ainda assim "a maioria clara dos portugueses" vão optar por escolhê-lo logo no dia 24 de janeiro (à primeira volta), pois - numa farpa a Costa - "não há primárias de hemisférios [da esquerda]. A única primária é a primária de Portugal".

Em farpas dirigidas a Sampaio da Nóvoa, Marcelo afirmou que os portugueses "não querem fazer experimentalismos com o próximo Presidente da República", acrescentando ainda querem alguém que "não esteja a construir uma história política, que não existia". O candidato "recomendado" por PSD e CDS disse ainda que é "preciso um Presidente que una os dois hemisférios do país e que estabeleça a ponte entre duas realidades tão diferentes que estabelecem a nossa pátria".

De regresso aos afetos, Marcelo disse ainda que vai andar pelo país o resto da campanha com a "preocupação de ouvir" e "de aprender", com "afeto", mas "sempre com sentido de Estado".

Foi esse afeto, o lado doce, que Marcelo tentou demonstrar durante o dia. Na visita a uma unidade de cuidados paliativos em Lordemão (Coimbra), Marcelo teve sempre tempo para os utentes. Para beijos, fotos e conversas mais prolongadas que o habitual em ritmo de campanha.

"Estas campanhas matam-me"

Ao falar com Maria Gracinda, uma idosa de 88 anos, Marcelo atirava: "Já não chego lá. Estas campanhas matam-me". Um desabafo que contrasta com o ritmo frenético que imprime durante as ações - apesar da agenda não ser densa.

Pouco depois, tempo de cantoria. Acompanhando a fadista Beatriz, caloira da Universidade Coimbra, Marcelo cantou o fado "Coimbra" ao mesmo tempo que a fadista e puxou pela assistência: "Agora todos: Coimbra é uma lição, de amor e tradição".

Marcelo irá revelar o nome dos mandatários distritais a conta-gotas, ao longa da campanha. Em Santarém, o escolhido foi o presidente da Associação Industrial de Portugal (AIP), José Eduardo Costa, e em Coimbra o mandatário é Duarte Nuno Vieira, presidente do Conselho Europeu de Medicina Legal, que em 2006 apoiou a candidatura do socialista Mário Soares à Presidência da República.

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