O "parceiro", designação dada pela presidente da Porcel ao cliente, tem uma ideia e a Porcel desenvolve o projecto. O forte são os produtos de mesa e decorativos, mas a empresa aposta cada vez mais em desafios novos e até já chegou à Casa Branca..Adolfo Roque foi o pai da empresa: personalidade relevante no mundo da cerâmica, tinha já fundado a Revigrés quando, em 1987, aceitou um desafio da banca. "Foi aliciado para adquirir uma empresa de porcelana que tinha falido", conta a filha e presidente da firma, Ana Luísa Roque. Assim nasceu a Porcel. .É uma empresa maioritariamente familiar. "É minha e dos meus irmãos. Actualmente com pequenos accionistas que, não sendo família, são considerados como tal", explica. Ana Luísa Roque, 38 anos, a mais nova de quatro irmãos, é licenciada em Administração e Gestão de Empresas e accionista da Porcel desde a fundação. Em 2008, aquando da morte do pai, assumiu a presidência. Os irmãos ficaram encarregues dos outros negócios..Logo em 1990, a Porcel lança-se para a internacionalização, participando na feira de Frankfurt - "uma das mais importantes e reconhecidas do sector ". Mas só há cerca de cinco anos é que começou a apostar mais no mercado externo, "porque o nacional acaba por ser limitado", refere.."Os produtos de mesa e decorativos são o nosso forte, mas queremos ir mais além nas soluções de porcelana", realça Ana Luísa Roque. Na realidade, a Porcel já foi mais além. Entre outros "projectos especiais", colaborou no restauro de um dos patrimónios mundiais da UNESCO, o Santuário Shrine of the Báb, em Israel. "Em parceira com outras entidades, fabricámos cerca de 12 mil telhas, em 160 tamanhos e formatos diferentes, nas quais usámos 26 quilos de ouro de 24 quilates", revela. As peças da fábrica são feitas com pasta de Limoges, importada de França..A sala de exposições da Porcel mostra algumas das peças encomendadas especialmente por personalidades relevantes - casas reais, museus e instituições similares, como, por exemplo, a Casa Real da Noruega, o iate particular do Sultão do Brunei, o príncipe da Noruega e Ralph Lauren. .Durante as presidências Bush, a Porcel fez réplicas para o Museu George Washington e; recentemente, Michelle Obama encomendou-lhe os presentes, que ofereceu no seu jantar de primeira-dama. .Actualmente, a Porcel exporta para mais de 30 países, maioritariamente para os EUA, Médio Oriente, América Latina e Escandinávia. E o objectivo é "estar cada vez em mais mercados". Para isso contribui o serviço de personalização de peças, concebidas por designers nacionais e estrangeiros. .Começou com 15 trabalhadores. Hoje são mais de 80. E, contrariando a tendência actual, a fábrica até está a admitir colaboradores. Não há uma fórmula mágica. "Mas há um conjunto de receitas que se vai aperfeiçoando à medida que a Porcel vai evoluindo", afirma Ana Luísa Roque, especificando algumas: "produtos de qualidade, inovação, design, flexibilidade, rigor e formação dos trabalhadores.".A Porcel oferece todo o tipo de produtos, especialmente para os segmentos médio- -alto e alto, uns com decorações mais simples, sem ou com pouco ouro, e outros com decorações mais complexas. "Em termos nacionais é complicado porque temos uma grande concorrente [Vista Alegre] e não temos nome para lhe fazer frente. Em termos internacionais, tal não acontece porque somos reconhecidos pela nossa qualidade", salienta..Para combater a actual crise, a Porcel aposta em feiras e mostras internacionais, isoladamente ou associada aos seus parceiros não formais (Ivo, Silampos, Herdmar), que nas suas exposições incluem produtos da fábrica.