A América do presidente Trump

Menos impostos para os mais ricos, um muro com o México para travar os ilegais, banir os muçulmanos OU acabar com o casamento gay. Se chegar à Casa Branca, estas são algumas das promessas, entre avanços e recuos, de Trump.
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Reduzir o défice e baixar impostos aos mais ricos

Para Donald Trump, o seu plano económico vai "dar um impulso económico a este país como não se via desde o New Deal". Para isso, se chegar à presidência promete reduzir o défice em oito anos, eliminando os gastos desnecessários do Estado, cortando na ajuda externa e eliminando vários programas do Departamento de Educação e do Ambiente. Em termos de comércio externo, Trump pretende ainda renegociar os acordos com vários países, entre eles a China. Privilegiando uma política isolacionista, quer devolver os empregos aos americanos. O milionário propõe-se ainda baixar os impostos aos mais ricos - passando a taxa máxima de 39,6% para 25% - e às empresas - de 35% para 15%.

Menos despesa, mas um exército muito mais forte

Em março, Trump prometia criar um exército "muito mais forte do que é agora". E acrescentava no programa Meet the Press da NBC News que "vai ser tão forte que ninguém se vai meter connosco. Por isso vamos gastar muito menos". Em 2016 o orçamento do Departamento da Defesa americano é de 573 mil milhões de dólares. Em 2015, a China gastou 145 mil milhões e a Rússia 81 mil milhões. Em termos de política externa, um presidente Trump porá sempre "a América primeiro" e numa entrevista ao New York Times, o milionário garantia em abril que os aliados dos EUA têm de "pagar mais" pela sua própria defesa.

Um muro com o México para travar os ilegais

Neste momento há 42 milhões de imigrantes a viver nos EUA, destes, cerca de 11 milhões são ilegais. Se chegar à Casa Branca, Trump promete mudar a política de imigração e construir um muro com o México para impedir a entrada de mais ilegais. E quer obrigar o México a pagá-lo. Trump chegou a chamar "violadores e traficantes" aos ilegais mexicanos. Defende a deportação de 11 milhões de pessoas e quer que os filhos de estrangeiros nascidos em solo americano deixem de ter automaticamente direito à nacionalidade americana.

Banir os muçulmanos de entrar nos EUA

Depois do ataque de San Bernardino, em que um casal de muçulmanos matou 14 pessoas e feriu outras 22, Trump garantiu que se presidente irá banir os muçulmanos de entrarem nos EUA. Uma declaração que gerou críticas até dentro do Partido Republicano. De tal forma que a campanha do milionário veio suavizar estas palavras, explicando que o que defende é a suspensão temporária dos imigrantes vindos de regiões que tenham sido fonte para os terroristas.

Um liberal que quer acabar com o casamento gay

Amigo de longa data de Elton John, quando o cantor britânico casou com o companheiro David Furnish em 2005, Trump disse-se "muito feliz por eles", sublinhando: "É um casamento que vai resultar". O nova-iorquino, que já foi democrata, é mais liberal em questões sociais do que a maior parte dos republicanos. Mas como candidato tentou mudar as suas posições, defendendo que se for presidente vai reverter a decisão do Supremo Tribunal que em 2015 legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo em todos os EUA. Durante a campanha, veio no entanto defender que pessoas transgénero devem usar "a casa de banho em que se sintam mais à vontade".

Criminalizar quem faz um aborto? Ou não

Acusado de misoginia, o homem que se referiu ao período de uma jornalista da FOX News, que chamou "porca gorda" à atriz Rosie O"Donnell afirmou em abril que as mulheres que praticam um aborto deviam ser criminalizadas. Mais tarde veio dizer que não era bem isso que queria dizer, referindo que as mulheres que decidem abortar "já se estão a castigar". Apesar de em 1999 ainda se afirmar pró-escolha, Trump garante agora que a sua opinião evoluiu e é "totalmente pró-vida".

Acabar com o Obamacare

Denunciando o preço do Obamacare, a reforma da saúde aprovada por Obama, Trump promete recorrer ao Congresso para acabar com esta lei. A sua proposta é liberalizar a venda de seguros de saúde, fomentando a transparência nos preços.

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