A "alucinação" dos media com o 'iPad'

O próximo lançamento do aparelho da Apple está a entusiasmar as empresas de comunicação social e alguns anunciantes publicitários, mas a salvação do negócio dos media pode não passar pelo iPad. Na Europa, soa o alerta inglês sobre a fraca preparação para conter os ciberataques
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Os media estão fascinados com o lançamento a 3 de Abril do iPad, pela Apple, mas há dúvidas se este modelo vai triunfar.

A revista online Business Insider considera mesmo que as publicações impressas estão a "alucinar" com a possibilidade de o leitor da Apple lhes "salvar o couro" financeiro.

A ideia é reproduzir as edições em papel, mas com integração - incluindo publicitária - de capacidades multimedia, como vídeos, ou aproveitando a ligação à Internet do dispositivo.

A revista Time assinou contratos elevados com a Unilever, Toyota, Fidelity Investments ou Korean Air para publicidade nas primeiras oito edições da revista no iPad. A Sport Illustrated, também do grupo da Time, está a demonstrar as capacidades de integração de um jogo na publicidade a um veículo da Ford, revelou o Wall Street Journal (WSJ).

A Procter & Gamble, com a marca Gillette, patrocina a leitura gratuita de dez páginas nas edições iPad da revista Men's Health, de Abril e Maio, e a revista Wired também está a negociar publicidade em vídeo para a sua versão electrónica.

"Há vontade de estar associado ao inevitável buzz" que acompanha o lançamento do iPad, esclarecia Alisa Bowen, vice--presidente da Thomson Reuters, ao New York Times (NYT).

A transição para o iPad interessa aos anunciantes por outras razões, como ter números fiáveis de quem e quantos viram e "tocaram" nos seus anúncios.

A FedEx adquiriu espaço publicitário nas aplicações iPad da Reuters, WSJ e Newsweek porque "algumas coisas que se podem fazer são incríveis", diz Steve Pacheco, director de publicidade da empresa. "Pega-se em algo que era plano numa página e torna-se interactivo e a saltar da página."

Os editores também procuram estas vantagens. O WSJ e o New York Times serão dos primeiros jornais com edição iPad, mas outros editores estão atrasados - até porque qualquer aplicação para o dispositivo tem de ser validada pela Apple.

No entanto, o WSJ pretende cobrar 18 dólares pela versão iPad, enquanto a edição online actual não passa dos 11 dólares. Já a Wired pretende ter uma versão iPad mais barata do que em papel e a revista Esquire terá uma sem publicidade, mais barata do que a impressa.

A Business Insider considera que os leitores não vão adquirir revistas electrónicas quando têm acesso gratuito a esses conteúdos, nem querem pagar uma assinatura iPad quando podem ter uma online, acessível no mesmo dispositivo.

Os entusiastas de uma "versão electrónica parecida com a revista" serão poucos, antecipa. A pré--compra do iPad interessou a 200 mil pessoas, segundo dados da analista Piper Jaffray.

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