923 crianças em risco encaminhadas pelos serviços SOS
Além das histórias conhecidas pela primeira vez apenas no ano passado, aquele serviço do Instituto de Apoio à Criança (IAC) encaminhou outras 97 situações antigas, prefazendo um total de 652 casos registados em 2010. No total, os serviços SOS-Criança acabaram por encaminhar 923 crianças, mais 93 do que em 2009. A maioria dos casos foram encaminhados para as Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) (64 por cento), mas houve situações em que os serviços optaram por contactar a Segurança Social (nove por cento) e até as forças policiais como a PSP e GNR e mesmo a Polícia Judiciária.
"Nas respostas destaca-se ainda o acompanhamento à família em 16 por cento dos casos e em 11 por cento a situação não era verídica", refere o relatório estatístico da instituição a funcionar em Portugal desde 1989 e que já reencaminhou 10.205 menores. Nove em cada dez histórias chegaram ao conhecimento dos serviços SOS através da linha telefónica, mas também houve denúncias pontuais feitas através de e-mail e carta. Ao telefone, as técnicas do SOS ouviram 177 histórias de crianças em risco, 145 casos de negligência e 118 denúncias de maus tratos físicos na família. Os casos de maus tratos psicológicos familiares levaram a 37 denúncias para os serviços do SOS, que reencaminhou outros 23 casos de crianças que estavam institucionalizadas e foram vítimas de maus tratos físicos na instituição. A lista de problemáticas é longa e refere ainda 17 histórias de mendicidade.
A maioria das crianças tem entre um e três anos: há 42 bebés com menos de um ano e 177 com idades compreendidas entre um e três anos. O relatório indica ainda a existência de 166 casos de crianças entre os quatro e os seis anos, e depois consoante as crianças vão crescendo os casos vão diminuindo. Já a diferença entre sexos não é notória: 422 raparigas contra 435 rapazes. Em média, os serviços encaminharam 47 novos casos todos os meses, sendo o distrito de Lisboa o que apresentou mais casos (38 por cento), seguindo-se o Porto (16 por cento) e Setúbal (11 por cento). Já no que toca a denúncias realizadas, o relatório a que a Lusa teve acesso aponta, por outro lado, para um aumento de apelos no distrito de Lisboa, Aveiro e Leiria contra uma redução de denúncias no Porto, Faro, Santarém e Viseu.