Michael Jordan, considerado o melhor basquetebolista de todos os tempos, nunca o conseguiu. E isso, neste caso, diz quase tudo. No final do jogo entre Los Angeles Lakers e Toronto Raptors, na última jornada da NBA , o speaker oficial do pavilhão Staples Center, de LA, gritava aos adeptos para guardarem o bilhete de "uma noite histórica". A razão estava bem expressa no marcador electrónico: Kobe Bryant, um dos vários sucessores anunciados de Michael Jordan, acabava de marcar 81 pontos na vitória dos Lakers - a segunda melhor marca individual de sempre, depois da marca perfeita de Wilt Chamberlain (100 pontos) em 1962.."Já assisti a algumas coisas fantásticas na NBA , mas nunca tinha visto nada como isto", resumiu no final o treinador dos Lakers, Phil Jackson, que ganhou seis títulos com Michael Jordan em Chicago e ainda jogou contra Chamberlain na década de 70. Kobe Bryant , cujo talento tem rivalizado com o ego ao longo da carreira, vive a melhor época de sempre, lidera os marcadores com mais de 34 pontos por jogo e carrega os Lakers na luta pelo título..A partir de agora pode também encarar sem complexos o estigma que lhe persegue a carreira: Michael Jordan. "É uma comparação que me chateia", reforçou após os 81 pontos contra os Raptors. Jordan, que atingiu a marca dos 50 pontos num jogo por 37 vezes ao longo da carreira, ficou-se pelos 69 de recorde pessoal, após um prolongamento frente aos Cavaliers, em 1990. Kobe não precisou de tempo extra para se tornar no segundo melhor da história - e o melhor de sempre dos Lakers, superando Elgin Baylor (71 em 1960)..Kobe Bryant fez o impensável: resgatou a discussão sobre a possibilidade de se bater o recorde de Wilt Chamberlain. "É impossível. Fico exausto só de pensar nisso", diz. .Resultados: Spurs-Nuggets, 89-85; Timberwolves-76'ers, 84-86; Wizards-Grizzlies, 93-82; Clippers-Warriors, 105-92; Heat-Kings, 119-99; Pistons-Rockets, 99-97; Suns -Seattle SuperSonics, 149-152; Trail Blazers-Mavericks, 89-95; Lakers-Raptors, 122-105.